A Assembleia Legislativa de Sergipe realizará na próxima segunda-feira, 15 de maio, a partir das 16 horas, através dos mandatos dos deputados estaduais Cristiano Cavalcante e Luciano Bispo, a Sessão Solene Especial em homenagem ao centenário de nascimento da intelectual sergipana Maria Thetis Nunes.
Segundo Cristiano Cavalcante, celebrar a vida de Maria Thetis é demonstrar a importância da educação na construção da sociedade sergipana, celebrando seu pioneirismo enquanto mulher.
“O legado de Maria Thetis na educação e na história de Sergipe deve ser sempre celebrado, não apenas por seu esforço, mas por seu pioneirismo. Será um momento para que nós possamos relembrar a sociedade sergipana de suas obras e ações, enaltecer seu legado e reconhecer sua contribuição para o desenvolvimento do Estado”, ressaltou Cristiano.
A sessão solene acontece no plenário de Assembleia Legislativa de Sergipe e será aberta ao público.
Sobre Maria Thetis Nunes
Nascida em Itabaiana, no ano de 1923, Maria Thetis Nunes deixou um legado importantíssimo para o entendimento da historiografia sergipana e com uma marcante contribuição em diversas áreas da educação e da cultura em Sergipe. Foi a primeira mulher a se tornar parte da congregação de docentes formada por destacados nomes da sociedade sergipana, assumiu a diretora geral do Colégio Estadual de Sergipe, hoje Atheneu Sergipense, responsável pela mudança para o prédio na praça Graccho Cardoso e também, em nome do governador, inaugurou o auditório do Atheneu, hoje Teatro, em 1954.
Indicada pelo Governo de Sergipe, Maria Thetis integrou a turma inaugural do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), organismo criado pelo presidente Juscelino Kubistchek, onde apresentou importantes estudos sobre a educação brasileira.
Em 1961, na Argentina, foi diretora do Centro de Estudos Brasileiros e professora na Universidade Nacional do Litoral, retornando a Sergipe em 1968, onde se torna professora titular do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, ocupando várias funções até chegar à Vice-Reitoria.
No campo cultural, Maria Thetis Nunes teve atuação singular enquanto presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe por 30 anos, mantendo a Casa de Sergipe aberta aos pesquisadores, garantindo a continuidade dos trabalhos e a melhoria de sua estrutura, sem deixar de atrair novas gerações de intelectuais que se somaram em sua administração.
Também foi membro do Conselho Estadual de Educação (1970 e 1981) e membro do Conselho Estadual de Cultura (1982/1994 e 1998/2004), tendo ocupado a presidência do Colegiado e também a presidência da Câmara de Patrimônio Histórico. Também ocupou a cadeira nº 3 na Academia Sergipana de Letras, onde foi diretora da biblioteca e presença constante nas reuniões das segundas feiras e nos eventos.
Sua produção é referencial para os estudos históricos sobre Sergipe. Obras como Sergipe no Processo da Independência do Brasil (1972), História da Educação em Sergipe (1984), Sergipe Colonial I (1985), Sergipe Colonial II (1996) e Sergipe Provincial I (2000) têm um papel fundamental para o entendimento do desenvolvimento de Sergipe, institucional e político, e a estruturação de sua sociedade ao longo dos períodos estudados. Também são importantes os apurados trabalhos voltados para o campo da educação: Sílvio Romero e Manoel Bomfim: Pioneiros de uma Ideologia Nacional (1976), História da Educação em Sergipe (1984), Manuel Luís Azevedo d’Áraújo (1984), dentre outros.
Da Assessoria com informações do historiador Francisco Diemerson