Sérgio Reis: “Tenho trabalhado para contribuir com o governador Fábio Mitidieri”

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Sérgio Reis

Nesta entrevista, o secretário de representação de Sergipe em Brasília, Sérgio Reis, deixa claro que pretende continuar exercendo o cargo. Mas, assim que o deputado estadual Jorginho Araújo licenciar-se para retornar à Casa Civil, Sérgio pretende assumir o mandato na assembleia legislativa, apresentando inclusive alguns projetos de lei. Ele também falou sobre a administração do município de Lagarto, a quem acusa ter culpa pela redução da população e da arrecadação do município. Confira a seguir:

Qual o seu foco, na política, nesse momento?
SÉRGIO REIS – Cada momento tem sua missão. Assim que terminou a eleição ano passado nosso foco já mudou. Agora tenho trabalhado para contribuir com o governador Fábio Mitidieri, para que possamos ter uma excelente gestão e, consequentemente, fazer nosso Estado avançar. E quando me foi dada a missão pelo governador de ser um ponto de referência em Brasília, como secretário de Representação, foi essa a prioridade que coloquei para mim. E assim tem sido.

JC – Após ser alçado ao posto de deputado estadual, na vaga de Jorginho, que assumiu a Casa Civil, continuará como secretário em Brasília, ou assume a cadeira na Alese?
SR – Essa é uma pergunta que me fazem desde quando Mitidieri começou a definir seu secretariado e o nome de Jorginho apareceu para comandar a Casa Civil. Desde então respondia que estava focado no trabalho como secretário e que iria pensar quando chegasse o momento. Pois o momento chegou e também a decisão, que já está tomada. Vou continuar no Escritório de Representação em Brasília, tanto que já iniciamos nosso planejamento para reestruturação da pasta. Porém, vou assumir como deputado, como manda o rito. Vou aproveitar alguns dias na Alese para apresentar alguns projetos de lei. Mas, brevemente. Depois retorno para a secretaria.

JC – Qual a sua expectativa quanto ao governo Mitidieri? E como você planeja ajudar?
SR – A expectativa sempre foi a melhor possível, desde quando começamos a defender o nome de Fábio para o governo. Nós sempre acreditamos que Sergipe precisava de um nome como o de Mitidieri, jovem, com visão de futuro, com veia empreendedora, competente e com uma conduta firme. Com pouco mais de um mês, seu governo já está mostrando que irá atender às expectativas. Os diálogos com ministérios para captação de recursos já estão bem encaminhados, os projetos e programas iniciados, e já estamos vendo um governo com uma nova cara. Isso em pouquíssimo tempo. Agora, meu planejamento para ajudar no que já está bem encaminhado é cumprir com minha missão em Brasília, sendo interlocutor das demandas e necessidades do Estado entre ministérios e parlamentares, além de intermediar apoio aos prefeitos e prefeitas nas demandas junto ao Congresso e Governo Federal.

JC – Sergipe, a exemplo de outros estados, depende muito do Governo Federal para grandes obras. A sua atuação em Brasília será a de garantir esses recursos?
SR – Esse é justamente o ponto. Nossa atuação em Brasília será para fazer essa articulação e firmar parcerias para que Sergipe seja a rota desses recursos federais, tanto através dos ministérios quanto também de emendas parlamentares. Por isso nosso trabalho é importante também junto aos deputados e senadores. Um bom governo se faz com boas parcerias. Ter um bom acesso a gabinetes, ministérios e demais órgãos governamentais é fundamental para garantir recursos.

JC – O presidente Lula é do PT, que aqui no Estado foi o principal adversário do governador, como você pensa em superar essa situação?
SR – Na verdade, o adversário político do governador foi o senador Rogério Carvalho, que concorreu ao governo na eleição passada. Aqui Lula é e sempre foi aliado do governador Fábio, que declarou inclusive apoio ao presidente durante a campanha. Então isso não é uma questão. A questão é melhorar ainda mais essa aproximação e parceria para que nosso Estado seja prioridade na gestão do presidente Lula. Isso nós temos conseguido porque possuímos uma excelente relação com todos que fazem o governo Lula, inclusive do PT aqui do Estado. Quando se está numa gestão, e numa gestão importante como é o Governo de Sergipe, não é justo se manter no palanque. Assim temos feito. O pensamento agora é voltado totalmente para o trabalho em prol do povo sergipano.

JC – Sobre Lagarto, cidade que acaba de perder o primeiro lugar para Itabaiana em população e arrecadação, quais os principais motivos e responsabilidades?
SR – A responsabilidade é clara: a atual gestão da Prefeitura de Lagarto deixou isso acontecer, algo inimaginável até então, até porque Lagarto era visto como um município em expansão, em crescimento, não como um lugar que estava regredindo. Acontece que quando se tem uma gestão que trabalha contra o município durante quatro anos, como estamos vendo agora, uma série de fatores negativos passa a acontecer, como desemprego, pobreza, desigualdade, falta de assistência em saúde, educação em completo descaso. Isso afasta os investimentos que são necessários para fazer uma região progredir. Mesmo Lagarto sendo polo, transformou-se em um local de atraso, infelizmente. É o reflexo de quem comanda, de verdade, a prefeitura do município.

JC – Como você avalia a atual administração de Lagarto? Quem for encarar a disputa em 2024 terá que enfrentar o atual grupo que está comandando, isso é um desafio grande?
SR – A avaliação é zero. Nota zero para a gestão do Município de Lagarto. O povo está sofrendo, está revoltado, não aguenta mais. E quem tem a responsabilidade de cuidar do povo e não cuida só merece nota zero. Sobre o desafio, acho que o maior deles, na verdade, é retomar o crescimento do município. Mas isso tem jeito. Lagarto já foi o município do progresso, e com trabalho, boas ideias e gente competente é possível recolocar Lagarto no lugar que merece.

JC – Em Lagarto existem três forças políticas, além da sua: os Ribeiros que estão no poder e o grupo de Valmir Monteiro. Você considera possibilidade de diálogo político com os Monteiros?
SR – Não, porque não há convergência política e de ideias. São maneiras de enxergar a política e a administração completamente diferentes, além de serem adversários históricos. Nosso diálogo nesse momento é com forças políticas novas, com a juventude, com lideranças de povoados e comunidades, que estão lá na ponta e sabem das dificuldades do dia a dia, das demandas de seu povo. Nosso diálogo é com as mulheres, com a comunidade negra de Lagarto, com os bairros, com a diversidade lagartense. Esse é o caminho para reconstruir o município. Esse é o diálogo que priorizamos.

JC – Por que Lagarto perdeu a posição de principal cidade do interior sergipano para Itabaiana?
SR – Por pura incompetência da gestão que aí está. A administração atual sempre tratou Lagarto como um município menor do que ele é. Sempre tratou Lagarto como se fosse negócio de família. Então um município não tem como prosperar desse jeito. Infelizmente Lagarto ficou para trás nesses últimos quatro anos, estagnou e Itabaiana que até então era menor ultrapassou. O momento agora é de pensar em como reconstruir Lagarto, atrair investimentos e empreendimentos, investir em obras de infraestrutura, recuperar a economia do município para gerar emprego e renda. Mas para isso é preciso querer fazer e saber fazer. E com esse agrupamento atual não vejo qualquer perspectiva para isso.

Por Max Augusto – Jornal da Cidade 

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