Trabalhar a acessibilidade utilizando métodos tecnológicos tem sido uma prática cada vez mais comum na sociedade. Segundo dados do IBGE, mais de 40 milhões de pessoas possuem algum tipo de necessidade especial e a maioria utiliza a tecnologia diariamente. Assim, com a proposta de mudar esse contexto e possibilitar um intercâmbio linguístico-cultural para os seus usuários, o projeto Interlibras foi elaborado e aprovado no Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores (Centelha/SE), iniciativa entre o Governo do Estado, através da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação de Sergipe (Fapitec) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O estudante de Ciência da Computação e fundador do projeto, Wallace Lessa, afirma que teve a ideia de desenvolver o aplicativo com outro amigo, no intuito de auxiliar os deficientes auditivos que enfrentam diversos problemas no cotidiano. “A ideia do projeto é criar um aplicativo para celulares que reúna diversas línguas de sinais, de diferentes países, possibilitando um intercâmbio linguístico-cultural para os usuários”, frisa.
O aplicativo vai contar com uma série de palavras e situações, suas respectivas traduções para as línguas de sinais cadastradas e um avatar 3D que irá realizar as traduções e reproduzir os gestos em tempo real. Todo o aplicativo vai ser construído de forma bastante visual, para que seja acessível para aqueles que não compreendem a língua escrita (cerca de 80% dos surdos no Brasil, segundo dados da HandTalk).
Wallace destaca que tem a intenção de deixar o aplicativo cada vez mais acessível para todas as nacionalidades. “O aplicativo vai ter o espaço de tradução livre e de aprendizagem, que vai contar com módulos elaborados por profissionais no ensino língua de sinais. Inicialmente as línguas suportadas serão Português, Libras (Língua Brasileira de Sinais), Inglês e ASL (Língua Americana de Sinais), mas com ambição de expandir para mais línguas no futuro”, ressalta.
No momento o aplicativo se encontra nos estágios iniciais de desenvolvimento. Após ter passado pelas etapas de concepção de telas, ele está sendo trabalhado na criação do modelo 3D e na programação do aplicativo, que será disponibilizado nas lojas virtuais para celulares Android e iOS. A próxima etapa vai ser trabalhar com o auxílio de profissionais para mapear os gestos de algumas línguas de sinais para dentro do banco de dados.
Sobre o Centelha
O Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores (Centelha/SE) foi lançado em junho de 2019 com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico como base para modernização do estado. Ele visa ainda estimular a criação de startups, a partir da geração de novas ideias, disseminando a cultura do empreendedorismo inovador em Sergipe. O investimento total é de R$ 1,2 milhão, sendo R$ 900 mil provindos da Finep, e R$ 300 mil de contrapartida estadual.
Parceiros
Para o Programa Centelha se tornar realidade em Sergipe, a iniciativa conta com uma série de parceiros que apoiam e dão suporte a realização do programa. São eles: Sedetec, SergipeTec, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Tiradentes (UNIT), Instituto Evaldo Lodi (IEL), Instituto Federal de Sergipe (IFS), Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe (Fanese), Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE), Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Inovação (IPTI), JRabelo Gestão da Inovação, Grupo Rede+, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), AceleraSE, e a Secretaria de Estado da Educação, Esporte e Cultura (Seduc).