Em um contrato de pouco mais de R$ 1,1 milhão, a Prefeitura de Lagarto adquiriu 25 mil cestas básicas para doar a pessoas carentes do município, durante o primeiro pico da pandemia da Covid-19 no ano passado. A entrega foi motivo de muita publicidade nas redes sociais e, também, serviu de discurso para a campanha eleitoral.
De acordo com o contrato firmado com a empresa Estação Comercial Eirelli, as cestas continham 11 itens com um valor individual de R$ 47,04, totalizando especificamente R$ 1.176.000. Na mesma época, outros municípios com porte semelhante ao de Lagarto, também compraram cestas para doar a sua população, a exemplo de Itabaiana e Estância.
Em Itabaiana, a prefeitura fez aquisição de 6 mil cestas básicas com 17 itens, tendo preço total de contrato de R$ 436.200 mil e cada cesta saiu pelo valor de R$ 72,72. Já na cidade de Estância, o processo de inexigibilidade adquiriu 250 cestas básicas abastecidas com 20 itens e ficou com valor de R$ 79,90.
Até esse momento da leitura, você deve estar se perguntando: qual o problema nos preços das cestas de Lagarto? Ainda não se sabe se existe irregularidade, mas o que chamou atenção foi o aditivo para empresa: que foi de 50% em cima do valor do contrato ou R$ 588 mil. Vale ressaltar que esse valor não inclui novas entregas de cestas, até porque uma das cláusulas do termo deixa claro, “permanecem inalteradas todas as demais cláusulas do contrato 18/2020”.
Calculando o valor do contrato mais o aditivo, o total chega a R$ 1.764.000, e cada cesta básica saiu pela bagatela de R$ 70,52, resultando numa diferença gritante em comparação com as dos municípios de Estância e Itabaiana.
Em entrevista ao Jornal da Fan da Rádio Fan FM, o vereador do município de Lagarto Matheus Correa (Cidadania) afirmou que, na época, os alimentos entregues eram de baixa qualidade e foram registrados por demais vereadores. “Nessa época eu não era vereador, mas os alimentos entregues foram de péssimas qualidade, inclusive, feijão com gorgulho”, completou.
Em nota, a Prefeitura de Lagarto informou que o aditivo não foi feito em cima do valor inicial da nota, mas para uma nova compra. Segundo a nota, o aditivo possibilitou a compra de 12.500 novas cestas com a finalidade de suprir as necessidades da população do município. A nota diz ainda que mais de 10 mil foram beneficiadas com essas cestas. “O município concedeu por volta de 37 mil cestas básicas ao fim de tudo. Então 10 mil familias foram atingidas e todos os trâmites legais foram respeitados”.
Fonte FanF1
