Polícia Civil desatircula associação criminosa que receptava celulares furtados em todos o país

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O Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) detalhou as investigações da “Operação Eva”, que investiga um grupo responsável pelo furto e roubo de celulares em todo o país. As ações criminosas começavam com a subtração dos aparelhos das vítimas, obtenção de códigos para recuperação de Iphones e ameaças às vítimas pelo Whatsapp. Alguns dos integrantes do grupo possuíam mandados de prisão em outros estados.

De acordo com a delegada Mayra Moinhos, o grupo agia retirando os celulares das vítimas. “Tudo começa com os roubos e furtos de celulares. Sejam em grandes festas, em via pública ou em um restaurante, como esse em Aracaju, onde uma arquiteta e a esposa de um deputado estadual tiveram seus celulares roubados. Temos vídeos com os assaltos. Os investigadores estão nesse caso há quase um ano”, explicou.

“Conseguimos também conversas dos envolvidos no núcleo criminoso tramando em grupos de whatsapp, criados especificamente para falar das regras ensinadas por ‘Mayca’ e ainda como resgatar as informações das vítimas”, disse a delegada.

O homem conhecido como “Mayca” é o principal alvo da investigação. O verdadeiro nome dele é Cristian David Rodrigues. Ele é empresário, dono da DJ Cell Serviços em Telefonia e Informática, e DJ. “Mayca” mora na região da Pavuna, no Rio de Janeiro. Na localidade, é conhecido ainda como “o cara que desbloqueia Iphone” e utilizava o nome de “Rozan Páginas”, para vender o sistema dele em redes sociais para todo o país.

“Ele é muito conhecido dos receptadores e donos de lojas de celulares. Tem um canal forte com eles pelo Whatsapp. O principal investigado, Cristian David Rodrigues, 41 anos, o Cristian Mayca, esconde-se no anonimato e usa as redes sociais para veicular vídeos ensinando como aplicar os golpes e desbloquear os aparelhos”, complementou a delegada.

Ainda segundo as investigações, com os celulares em mãos, os receptadores contratam um homem identificado como Emerson, que mora em Belém (PA). Ele consegue acesso aos novos números utilizados pelas vítimas dos roubos e furtos, envia um link, via SMS, de um site falso da Apple utilizado para resgatar as informações de acesso aos aparelhos Iphone subtraídos.

Emerson Lins Lopes Cardoso, 42 anos, é dono de uma loja de celular no centro de Belém (PA). O estabelecimento está no nome da ex-esposa, Heloisa. Até o último levantamento feito pela polícia, ele estava foragido. Ele tomou conhecimento sobre o começo das  investigações. Contra ele, pesam três mandados de prisão em aberto, dois em Belém e um em Vitória (ES). Todos os mandados saíram em 2019.

“As investigações apontaram que Emerson é quem realiza as ameaças e também utiliza o sistema de Cristian Mayca, do Rio de Janeiro. Apostando em roubos e furtos, ele já trabalha como receptador há anos, virando os IMEIs de celulares furtados e roubados. No caso dos Iphones, como não pode virar o IMEI, utiliza o sistema de Cristian Mayca”, detalhou a delegada.

Outro investigado é Diego Elias Santos Ferreira, 31 anos. Ele reside  em Aracaju. É empresário e casado. As investigações apontaram que ele é proprietário da empresa Ferreira Cell. Ele ficou muito conhecido no processo investigativo por ostentar nas redes sociais, em hotéis de luxo, resorts e viagens periódicas.

Funcionamento

A delegada detalhou ainda como a associação criminosa atuava. “Ao percebermos que algumas vítimas, que tinham celulares furtados ou subtraídos passavam a receber ameaças e extorsões,ou tinham suas contas de administração dos aplicativos roubadas. Percebemos que esses aparelhos paravam nos mesmos receptadores que contavam com um sistema desenvolvido para burlar a administração das operadoras, das fabricantes. Eles são indivíduos que possuem uma cadeia de funcionamento desse crime”, explicou.

Ela complementa fazendo um alerta à população. “É oportuno agora esses eventos festivos, esses shows de verão, em que mulheres e indivíduos bem apresentáveis vão aos eventos, frequentam áreas vips e fazem pequenos tumultos para subtrair aparelhos. Pedimos atenção a quem vai esses shows. Eles abordam de uma maneiro que você não percebe. Essas pessoas que subtraem recebem apenas pela subtração: R$ 50 reais por aparelho. Esses celulares desaguam em receptadores e, quando se trata de uma marca específica com maior dificuldade de formatação e revenda, precisam de receptadores especializados”, citou.

Grandes shows

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, em 1º de outubro do ano passado, uma quadrilha especializada em realizar furtos de telefones celulares em grandes eventos. De acordo com as investigações, o grupo furtou cerca de 100 aparelhos por dia durante o fim de semana no Rock in Rio. Os investigadores descobriram ainda que, com a chegada de grandes eventos, os integrantes da quadrilha viajavam para as cidades e aliciavam pessoas da localidade para a prática dos furtos.

Ainda segundo o processo investigativo, em algumas ocasiões, segundo os policiais, eram utilizadas garotas de programa para auxiliarem no crime. “Os suspeitos responsáveis pelo furto e roubo dos celulares têm como foco os receptadores em vários estados. Nos casos de Iphone. Nessa operação feita pela PC do RJ, há uma série de informações trocadas com nossa inteligência”, concluiu a delegada.

Fonte e foto SSP

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