Novo Boletim Epidemiológico da SES mostra aumento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika em relação ao ano passado

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou novo Boletim sobre a situação epidemiológica das arboviroses transmitidas pelo Aedes Aegypti: Dengue, Chikungunya e Zika. Em relação ao quantitativo de pessoas que tiveram as arboviroses no mesmo período de 2021, os dados revelam aumento nos casos de Dengue, Chikungunya e Zika.

Segundo as informações disponibilizadas pelo Sinan Online e Sinan Net, no período analisado pelo Boletim epidemiológico, que vai de 02 de janeiro a 02 de abril de 2022 (1ª a 13ª semana epidemiológica), os casos de Dengue notificados foram 1.071, de Chikungunya foram 998 e de Zika totalizam 329. Os casos confirmados para as arboviroses este ano, foram 84 relacionados à Dengue, 451 para Chikungunya e 13 para Zika. Já em 2021, neste mesmo período, as confirmações para dengue foram 62, Chikungunya foram 270 casos e 08 foram as confirmações de casos de Zika.

“O boletim vem justamente apresentar uma análise dos números das arboviroses, fazendo uma análise das 13 primeiras semanas epidemiológicas de 2022. Verificamos que houve um aumento de casos confirmados das três arboviroses em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 35,4% nos casos de Dengue, 67% nos de Chikungunya e 62,2% com relação à Zika”, explica Sidney Sá, gerente do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde.

Aracaju registra o maior número de casos de Dengue e Chikungunya, e o município de Capela de casos de Zika. O Boletim também apresenta os dados do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa/LIA) do ano de 2022, realizado pelos municípios. No período em análise, foram realizados dois levantamentos, apresentando o seguinte cenário: no LIRAa realizado em janeiro, 32% dos municípios apresentaram índice satisfatório; em situação de média infestação estão 57,3% dos municípios, e 8% dos municípios apresentaram índice de alta infestação para Aedes aegypti. Apenas 2,7% dos municípios ficaram sem realizar o primeiro LIRAa do ano de 2022.

Já no segundo LIRAa, realizado em março, observam-se os seguintes resultados: 26,6% tiveram índices satisfatórios; 65,3% dos municípios com índices que os classificam em médio risco; 6,7% dos municípios em alto risco e 1,3% dos municípios não realizaram o LIRAa. Os municípios que apresentam alto índice de infestação neste último LIRAa foram Itabaianinha, Malhador, Maruim, Nossa Senhora da Glória e Simão Dias.

Carros Fumacê

Em 2021, por exemplo, após o período de inverno, foi intensificada a circulação de carros fumacê em municípios que apontaram elevado índice de população do vetor, como assegura a gerente de endemias da SES. “O trabalho com o fumacê não pode ser realizado no período de chuvas. Por isso, ano passado fizemos uma circulação do carro nos municípios que estavam sinalizando um número alto de população do vetor. Além disso, orientamos os municípios em relação ao trabalho focal, que precisa ser intensificado. Afinal, não é somente o fumacê que vai trazer resultados eficientes e eficazes para o controle do mosquito, é preciso fortalecer também as ações de visita domiciliar com os agentes de endemias. No início deste ano, já encerramos o ciclo de fumacê em alguns municípios, e vamos retomar assim que sair o resultado do próximo LIRAa, que está previsto para ocorrer no início de maio”, explica Sidney Sá.

Sidney reforça que, apesar do período de chuvas ter começado, não existe uma época específica para que a Dengue e outras doenças acometam com maior intensidade a população. “Eu costumo dizer que a gente não entra em um período, a Dengue é uma constante em nossas vidas. É claro que há um período do ano com mais chuvas intermitentes e com aumento do calor, o que impulsiona uma maior multiplicação do mosquito Aedes. A Dengue é uma doença endêmica, então, a tendência do número de casos aumentar é justamente quando há uma elevação na população do vetor. Por isso, precisamos estar mais atentos. Nesse período, a vigilância tem que ser triplicada nos locais que acumulam água da chuva, ou em que a água é armazenada para os serviços domésticos diários, pois os ovos do mosquito são colocados neles”, ressalta.

De acordo com a gerente, tais medidas são fundamentais para garantir que as viroses transmitidas pelo Aedes permaneçam controladas. “Nós não estamos passando por um período de epidemia de Dengue ou outras arboviroses. Neste momento, temos um número de casos controlados. Porém, as pessoas que sentirem os sintomas devem procurar imediatamente a ajuda do profissional de saúde nas Unidades Básicas de Saúde. Em Sergipe, estamos vivendo uma fase de circulação da Dengue, Chikungunya e Zika, mas temos ainda a Covid-19, que não cessou. Houve uma diminuição, mas há registros de casos e, além disso, temos a Influenza. Ou seja, são muitas viroses ao mesmo tempo, e somente o profissional de saúde irá dizer, através do diagnóstico clínico, o que está acontecendo com o paciente. É importante que a população não se automedique e procure uma UBS”, salienta Sidney Sá.

Óbitos

O Boletim Epidemiológico também apresenta dois óbitos por Dengue em Sergipe neste ano, um no município de Canindé do São Francisco e outro em Nossa Senhora do Socorro. Já no ano de 2021, houve um óbito no município de Nossa Senhora das Dores. O diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes, afirma que os casos de morte associados à Dengue não são comuns.

“Os casos graves ou que evoluem para o óbito são raros em relação aos casos que ocorrem no território. O cidadão precisa estar atento para prevenir uma possível proliferação do Aedes Aegypti. Já os gestores e profissionais da saúde de cada município devem estar atentos em relação ao aumento de casos. É de extrema importância que façam a notificação imediata e tomem as medidas de controle com urgência, tais como bloqueio local e carros fumacê nas cidades com maior índice de infestação”, enfatiza o diretor.

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