Irrigantes do perímetro da Cohidro em Lagarto apostam no cultivo da abóbora

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Mais uma cultura surge para compor o rol de produtos cultivados a partir do uso da irrigação pública no município de Lagarto: a abóbora. No Perímetro Irrigado Piauí, alguns produtores já optaram pelo plantio do vegetal. Entre os que estão na primeira lavoura e os que começaram antes, já são contabilizados resultados positivos nas plantações. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe – Cohidro considera positiva a aposta e incentiva novos cultivares através da assistência técnica, por entender que a diversificação reduz a fixação de pragas e doenças, e evita a superprodução de um só item.

Willian Domingos, técnico agrícola da Cohidro em Lagarto, conta que a abóbora está sendo uma novidade no perímetro e que, por isso, tem pesquisado bastante sobre a forma correta de plantar, tomando por base outras áreas de cultivo no estado, sem o uso de irrigação. “A média estadual da no Alto Sertão é de 25 ton/ha. Nós, aqui, pretendemos chegar a uma produção média de 40 a 50 ha, com a irrigação, adubação correta e fazendo o monitoramento das pragas e doenças. O produtor tem que aplicar cálcio. A deficiência de cálcio provoca uma doença chamada ‘Fundo Preto’, além das pragas [Vaquinha, Percevejo e Cigarrinha], que devem ser controladas preventivamente”, alerta.

O agricultor irrigante Adjan Fontes já está em sua quinta plantação de abóbora da variedade ‘Lagarteira’. Tendo colhido bons resultados, ele acredita ser um bom negócio, contando com o apoio da Cohidro, que fornece irrigação ao seu lote e de outros 420 produtores. “O manejo da abóbora aqui região é fácil. A nossa região proporciona poucas pragas e doenças. Com o sistema de irrigação da Cohidro, conseguimos cultivar em qualquer época do ano, com chuva ou sem chuva, porque sempre tem água pra fazer a irrigação. O primeiro plantio eu comecei com uma área pequena, só pra experimento. Fui ampliando e, hoje, estou com duas tarefas [0,66 ha], com custo baixo”, avaliou.

Na diversificação de culturas, o produtor não sofre com o prejuízo de apostar em um só plantio, correndo o risco de perder a safra. “Decidi inovar para além das minhas outras plantações, como o mamão – meu cultivo principal. Se nele eu tiver uma queda na produção, já tenho a abóbora para compensar. Não fico dependendo só de um comércio”, argumentou Adjan. Em operação desde 1987, o Perímetro Piauí vivenciou a repetição de cultivos tradicionais, que provocaram a fixação de algumas pragas específicas, nas plantas mais comuns. Este é mais um motivo pelo qual os técnicos agrícolas incentivam a troca periódica do tipo de lavoura nos lotes dos perímetros irrigados.

Quanto à comercialização, o produtor revela que o bom mercado para a abóbora foi um fator que causou surpresa. “Meu medo no inicio era plantar uma nova cultura e não ter a quem vender. Mas quando eu plantei e produzi, ela veio com uma qualidade boa e aí começou aparecer gente querendo comprar”, disse Adjan. Ele afirma que não teme a concorrência no perímetro. Muito pelo contrário, ele aposta na união. “O pessoal daqui começa a plantar, atrai mais compradores de fora e conseguimos vender em grande quantidade. Junta todo mundo, para saírem os caminhões cheios, levando 20 a 30 toneladas. Aí todo mundo vende. Vamos ter produção, saída, compradores e melhor preço”, conclui.

Agência Sergipe

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