Neste ano, devido a situação de pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem estimulando os municípios na realização de ações de incentivo à luta, ressignificando o período. Se antes eram realizadas ações de testagem, seminário e outras atividades durante o mês todo, conforme o responsável técnico pelo Programa Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais, João Lucas Tavares de Lima, atualmente, está havendo orientação de readaptação seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde e os decretos do Governo do Estado.
“Por ser um ano atípico, as recomendações mudaram. Estamos em diálogo com os municípios sugerindo ações que podem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como oferta de testes rápidos para hepatites B e C durante as consultas médicas e de enfermagem, priorizando gestantes e grupos vulneráveis; monitoramento e vacinação contra as hepatites A e B, conforme Calendário Nacional; workshops para profissionais da saúde utilizando plataformas online; confecção de flyers online para divulgação em mídias sociais e sítio eletrônico são alguns exemplos”, destaca João Lucas Tavares de Lima.
No Brasil, os tipos de hepatites virais mais comuns são a A, B e C. Embora sejam na maioria das vezes, inicialmente silenciosas, as hepatites virais podem levar a complicações sérias quando não diagnosticadas logo no início. Os vírus causadores da doença geram uma inflamação crônica e silenciosa no fígado, segundo maior órgão do corpo humano, responsável por secretar e metabolizar substâncias importantes para a manutenção da saúde.
“Enquanto a hepatite A tem transmissão oral-fecal e transmissão sexual (oral-anal), as hepatites B e C podem ser transmitidas por meio do compartilhamento de materiais como seringas, agulhas e equipamentos para uso de drogas, objetos de higiene pessoal (lâmina de barbear, escovas de dente, material de manicure), confecção de tatuagem e colocação de piercing; por meio da relação sexual sem camisinha e transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Por isso a prevenção seria o não compartilhamento de objetos perfurocortantes e de uso pessoal, uso de camisinha nas relações sexuais, além da vacinação para hepatite A e B ”, explica João Lucas.
Em Sergipe, há uma variação de idade de pessoas com Hepatite A. Já com hepatite B a faixa etária prevalente é de 20 a 49 anos. Já a faixa etária na C é de 50 a 79 anos. O número de casos das Hepatites B e C estão em ascendência no Estado de Sergipe. A série histórica divulgada pela Diretoria de Vigilância em Saúde da SES mostra ano a ano os números dos novos registros:
Hepatite A
2015 = 16 casos
2016 = 06 casos
2017 = 08 casos
2018 = 01 caso
2019 = 03 casos
Total: 34 casos
Hepatite B
2015 = 113 casos
2016 = 115 casos
2017 = 123 casos
2018 = 150 casos
2019 = 145 casos
Total: 647 casos
Hepatite C
2015 = 89 casos
2016 = 85 casos
2017 = 100 casos
2018 = 121 casos
2019 = 119 casos
Total: 514 casos
Fonte: Governo de Sergipe