Ainda cumprindo agenda conjunta, logo após a criação do Consórcio Nordeste, oficializada nesta segunda-feira (29), em Salvador, Bahia, a comitiva de governadores nordestinos seguiu para Brasília. Os detalhes da missão do Consórcio do Nordeste na Europa foram discutidos a noite, entre os governadores, o ministro de Negócios na França, Jean Yves, e o embaixador do país no Brasil, Michel Miraillet.
O encontro aconteceu na embaixada da França, em Brasília, e contou com a participação do presidente do Consórcio, governador Rui Costa (Bahia); dos governadores Wellington Dias (Piauí), Paulo Câmara (Pernambuco) e Fátima Nunes (Rio Grande do Norte); da vice-governadora de Sergipe, Eliane Aquino; do secretário executivo do Consórcio, Carlos Gabas; e de representantes do Ceará e do Maranhão. Ainda em Brasília, os gestores também foram à embaixada da Rússia.
“Hoje foi um dia muito rico, iniciamos com a estruturação do Consórcio, onde percebi a maturidade e compromisso dos nove governadores com o fortalecimento das ações das gestões estaduais. Depois fomos em grupo visitar duas embaixadas, Rússia e França, onde fomos muito bem recebidos e relatamos os problemas, os avanços e as potencialidades de nossa região. Vi com muita satisfação a preocupação dos representantes internacionais com o meio ambiente, a Educação, o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e energias limpas”, avaliou a vice-governadora Eliane Aquino.
A França deve ser a porta de entrada da missão internacional do Consórcio do Nordeste na Europa. Esta agenda começou a ser construída ainda no mês de junho, quando Rui Costa fez um primeiro encontro com o embaixador francês. O governador baiano explicou ao ministro a formatação do Consórcio. “Queremos fazer compras para uma população de 55 milhões de pessoas, aumentando escala, diminuindo custos e prezando pela excelência dos serviços aos nordestinos”.
A viagem deve acontecer na segunda quinzena de novembro. Nas próximas semanas, a radiografia das potencialidades do Nordeste já estará nas mãos do governo francês para cruzar áreas de interesse. Saúde, meio ambiente, saneamento, energias renováveis já estão na pauta. “Vamos fazer uma agenda em favor do Brasil e em favor do Nordeste”, assegurou Costa.
O ministro se colocou disponível para a construção dessa parceria e quer nova rodada de discussão entre as equipes técnicas, para acertarem os pontos estratégicos para a França e para os nove estados do Nordeste.
Mais ações em Brasília
As atividades do grupo de gestores em Brasília tiveram início na tarde de hoje, após reunião em Salvador, quando lançaram o planejamento estratégico, com a formalização operacional do Consórcio do Nordeste, já registrado sob CNPJ. A comitiva presidida pelo governador da Bahia foi à embaixada da Rússia no Brasil, onde apresentou as potencialidades do Nordeste ao embaixador Serguey Akopov.
O objetivo da visita foi apresentar o órgão e abrir caminho para uma carteira de parcerias – com o governo, empresas privadas e investidores. Conforme Rui Costa, os nove governadores devem ir a Ásia, passando pela Rússia, China e Coréia, no primeiro semestre de 2020. O objetivo é captar investidores e promover integração financeira entre a região e aquele país.
Rússia e Sergipe
No solo russo, ficou acordada a construção conjunta da visita internacional e também uma reunião do Consórcio com Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Rússia, sediada no Rio de Janeiro, ainda neste ano. “Queremos desenhar este mapa de oportunidades para iniciarmos um relacionamento produtivo do Nordeste com a Rússia”, disse Rui Costa. O embaixador ficou otimista com a iniciativa. “Vamos começar a trabalhar já. É preciso preparar bem esta visita”, pontuou Akopov.
Para o representante do escritório de Sergipe em Brasília, Dernival Neto, a Rússia se destaca como grande parceiro em potencial para o estado. “Particularmente para nós, de Sergipe, a Rússia é uma fortíssima produtora de gás e é muito importante atrair empresas internacionais na área de exploração e do aproveitamento do gás. A Rússia é líder mundial na produção de fertilizantes, e com essa questão do gás, e a possibilidade de expandir a Fafen, faz da Rússia um parceiro importante. A França e a Rússia se prontificaram em estreitar esses laços, e temos que abrir o Brasil para exportações, precisamos seguir esse caminho para gerar emprego e renda para nosso povo”, destacou.
Por ASN