Em Lagarto, no povoado Olhos D’Água, uma realidade preocupante tem afligido pais, mães e crianças. A creche local, UMEI Maria Clara Dias Reis, tem sido palco de uma série de problemas que vêm afetando diretamente a qualidade de vida e o bem-estar das crianças ali matriculadas, principalmente as autistas.
Segundo Manuela da Lagartense, durante participação no programa de Aclécio Prata, “Sergipe em Destaque”, da Rádio 102.7 FM, nesta quarta-feira, 10, crianças atípicas ficam trancadas em salas de aula durante o recreio por falta de espaço no pátio, que é utilizado como sala improvisada para outras crianças.
De acordo com ela, mães relatam que seus filhos são deixados em salas sem a presença de monitores especializados, privando-os do contato com os colegas e de atividades adequadas ao seu desenvolvimento. A falta de espaço e de profissionais capacitados para lidar com as necessidades específicas dessas crianças representa uma violação grave de seus direitos e uma negligência por parte da instituição.
Além disso, nas palavras de Manuela a Aclécio Prata, uma mãe atípica tomou medidas legais, buscando o apoio do Ministério Público ao levar o caso ao fórum local. A falta de diálogo com o secretário de Educação, Magson da Academia, tem sido um obstáculo para a resolução dos problemas enfrentados pela comunidade escolar, acrescentou Manuela.
Outro ponto preocupante é a exposição das demais crianças às condições climáticas extremas. Com a falta de estrutura adequada, tendo que estudar no pátio, muitas vezes elas são expostas diretamente ao sol escaldante, sem qualquer tipo de proteção.
Ainda, de acordo com Manuela, depoimentos de pais e alunos indicam que a merenda fornecida é inadequada, chegando ao ponto de servir uma sopa de ovo, o que evidencia a carência de uma alimentação saudável e balanceada, essencial para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças.
Desse modo, a situação precária da creche é um reflexo da negligência da gestão da prefeita Hilda Ribeiro pela educação infantil no município, assim como em outras unidades espalhadas em Lagarto. É urgente que o Ministério Público de Sergipe intervenha novamente no município, a fim de deter essa enorme falta de responsabilidade em relação às crianças matriculadas no ensino municipal em Lagarto.