Esta semana, dois secretários da gestão da prefeita Hilda Ribeiro estão sendo alvos de notificações do Ministério Público de Sergipe. O primeiro é Igor Batata, secretário de Infraestrutura e Planejamento de Lagarto, intimado a prestar esclarecimentos sobre a situação das creches inacabadas no município.
Em seguida, o secretário municipal de Saúde, Marlysson Magalhães, primo do deputado Gustinho Ribeiro, também na mira do MP. O órgão quer averiguar o cumprimento da Lei Municipal Nº 967/2021, que estabelece que a recusa no fornecimento de medicamentos pela rede pública de saúde do município deve ser devidamente justificada por escrito ao cidadão. Segundo relatos de usuários do SUS, em Lagarto isso não tem ocorrido, porém há uma constante falta de consultas e medicamentos.
A lista não para por aí. O ex-secretário municipal de Planejamento, Adriel Alcântara, também já foi alvo do Ministério Público devido a supostas práticas de nepotismo. Segundo documentos do MP, pelo menos sete pessoas supostamente ligadas a Adriel na prefeitura, incluindo sua esposa.
O Ministério Público também já notificou o secretário municipal de Educação, Magson da Academia, para que adote medidas para resolver os vários problemas relatados na Escola Municipal José Bernardino da Fonseca, no povoado Araçá, denunciados pelo vereador Genisson de Tonho de Totonho. Em outro momento, O MP recomendou a saída de Magson da pasta. Houve até denúncia de uma suposta perseguição política na Secretaria de Educação por parte do secretário.
Outra figura envolvida é a ex-secretária de Saúde, Polyanna Ribeiro. À época, foi pedida a exoneração da irmã de Gustinho, que é um caso de destaque, pois também prestou depoimento à Polícia Federal, sem que os motivos tenham sido revelados. Posteriormente a essa “visita”, ela pediu exoneração da pasta.
Para completar os desdobramentos, a prefeita Hilda Ribeiro, contra quem o Ministério Público iniciou um procedimento de afastamento em 2020 por suposto crime de responsabilidade, também está na lista. Segundo o MP, a denúncia foi avaliada e indicou “prática de crime de responsabilidade por parte da atual chefe do Executivo Municipal de Lagarto por supostas operações indevidas de transferências de recursos recebidos da União“.
O Ministério Público também solicitou a cassação de Hilda Ribeiro por supostos contratos ilegais e por burla à Lei de Licitação. Além disso, a prefeita foi chamada para prestar esclarecimentos sobre sua prima, Maria Monteiro Fonseca, que foi denunciada por não comparecer ao posto de trabalho. Maria foi nomeada pela prefeita como chefe da Ouvidoria da Saúde, recebendo R$ 6.000,00 por mês, mesmo não tendo nenhuma qualificação técnica para atuar na área.
A lista é extensa e reflete a gestão que comanda o município de Lagarto, antiga Capital do Interior.