Centrais farão nova greve contra desmonte na Educação: dias 2 e 3

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Nos dias 2 e 3 de outubro ocorrerá no Brasil a Greve Nacional da Educação. A mobilização, convocada por organizações estudantis e sindicais, contará com a participação dos movimentos populares que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre os quais a CUT e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Para 2020, o orçamento do ministério também prevê queda de 54% dos recursos destinados à educação básica, no apoio à infraestrutura.

Outro detalhe é que, de acordo com os movimentos, o governo Jair Bolsonaro cortou 11.800 bolsas de estudos da pós-graduação. Há poucos dias, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) disse que, por falta de verbas, não terá como garantir o pagamento de 84.000 bolsistas. Isso significa que o apoio às pesquisas está sendo deixado de lado.

“Vamos às ruas falar com a população, explicar a importância da educação, das escolas públicas, das universidades públicas e mostrar cada um dos ataques que têm sido feitos tanto ao setor da educação como contra as nossas riquezas, como é o caso da Petrobras”, afirma o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo.

Abertura para a iniciativa privada

Sem formação ou experiência em gestão de políticas educacionais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, trabalhou 18 de seus 47 anos no Banco Votorantim, onde trabalhou como economista-chefe. Foi demitido e seguiu para a Quest Corretora. Depois tornou-se professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em julho, o governo lançou o programa Future-se para aumentar a participação de verbas privadas no orçamento universitário. A ideia é que as instituições públicas de ensino superior possam celebrar contratos de gestão compartilhada do patrimônio imobiliário da universidade e da União. As reitorias também poderão fazer Parcerias Públicos-Privadas (veja aqui).

Vale ressaltar que Elizabeth Guedes, irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, é vice-presidente e proprietária da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup).

Secretário geral do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Simpeem), Cleiton Gomes da Silva afirma que o governo ainda não aprendeu que educação não é gasto, mas investimento.

“Esta será a terceira grande greve nacional em defesa da educação pública, gratuita e laica. E também por um Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) que atenda a todas as necessidades do povo brasileiro”, afirma.

Silva, que também é representante da Confederação Nacional de Trabalhadores da Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE), explica que o Fundeb é um instrumento fundamental para o financiamento da educação básica em todo Brasil. “Temos que assegurar sua continuidade porque ele é fruto de toda uma luta feita pelo movimento sindical e por movimentos de educação”, acrescenta.

Atos

Nesses dias haverá atividades em escolas e universidades, aulas públicas e mobilizações. Na capital paulista, o ato está programado para quinta-feira (3), a partir das 16h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista.

Na mesma data, os petroleiros farão em 3 de outubro, dia do aniversário de 66 anos da criação da Petrobras, uma ampla mobilização nas cidades de Curitiba e Rio de Janeiro contra a privatização total da empresa e por soberania nacional.

No dia 2 de outubro, das 16h30 às 20h, a CNTE e o Fórum Nacional Popular da Educação (FNPE) realizarão em Brasília o ato “Educação pública, ciência e tecnologia e soberania do Brasil: não tirem o dinheiro da educação básica e das universidades públicas”. A atividade será no auditório Neue Ramos da Câmara dos Deputados.

Outras ações estão programadas também em Santos (SP). No dia 2 ocorrerá uma aula pública, das 10h às 14h, na Praça Visconde de Mauá, no centro da cidade. No dia 3, os movimentos realizaram protesto, a partir das 18h, em frente à Estação da Cidadania, na Avenida Ana Costa, 340.

Brasil 247

 

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