Bancada feminina da Alese quer mais espaços de poder

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As mulheres estão ocupando cada vez mais os espaços de poder no Brasil. Em Sergipe, especialmente na Assembleia Legislativa, o número de deputadas vem crescendo a cada disputa eleitoral. Atualmente, dos 24 parlamentares, seis são do sexo feminino e elas fazem a diferença no sentido de lutar por melhorias, direito a voz, contra o feminicídio e pelo aumento da bancada feminina na política.

Para as deputadas Maria Mendonça (PSDB), Goretti Reis (PSD), que são veteranas e as novatas Diná Almeida (PODE), Maisa Mitidieri (PSD), Janier Mota (PL) e Kitty Lima (CIDADANIA), o Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo domingo, 8, deverá ser lembrado como de luta na busca do reconhecimento.

Bancadas em crescimento

Maria Mendonça destacou o aumento da bancada

De acordo com a deputada Maria Mendonça, indiscutivelmente a mulher tem avançado na ocupação de espaços de poder, mas ainda será preciso romper algumas barreiras. “Isso deveria ocorrer de forma natural, levando-se em conta a capacidade da mulher, já demonstrada em tudo o que ela se propõe a fazer. Na política por exemplo, ainda temos pouca representatividade nos Executivos e nos Legislativos e nos últimos pleitos percebemos um crescimento nas bancadas, mas de forma muito tímida”, lamenta.

Maria Mendonça, que está no sexto mandato como deputada estadual e entende ser preciso continuar a luta pelo empoderamento feminino, criando políticas públicas de estímulo para que a mulher possa estar inserida, de forma igualitária, em qualquer cenário.

“Nesse sentido, apresentamos algumas proposituras, dentre elas, o projeto já aprovado e transformado em lei, que cria uma política de incentivo ao empreendedorismo, com acesso à tecnologia, capacitação técnica e linha de crédito diferenciada. Esses são elementos super importantes para que a mulher possa criar a sua independência financeira, empoderar-se e viver com mais tranquilidade”, enfatiza.

Dados

Goretti Reis destacou dados sobre mulheres na política

Para Goretti Reis, o dia 8 de março, deve ser  marcado para despertar na mulher, todo o potencial que ela tem. “É inadmissível sermos maioria populacional e eleitoral e continuarmos com uma sub-representação nos espaços de poder. Para se ter uma ideia, nas eleições de 2016, 1.291 municípios brasileiros não elegeram sequer uma vereadora e outros 1.963 tiveram apenas uma mulher eleita para as câmaras municipais”, informa.

Segundo Goretti, a representatividade de mulheres na política, nos 5 mil 570 municípios brasileiros ainda é ínfima. “Muitas coisas já conquistamos e é preciso que mais mulheres entendam que elas podem e devem ocupar cargos de poder. Sei que não é fácil romper a cultura machista, que na maioria das vezes anula o potencial da mulher e o primeiro passo é a mulher votar em mais mulheres”, acredita.

“Se somos 51,48% da população e 41,9% dos postos de trabalho é ocupado por mulheres, é a prova de que podemos sim romper as barreiras e ocupar os mais variados cargos. Convido as mulheres para que se filiem aos partidos políticos visando aumentar nossa representatividade em outubro, quando acontece mais um pleito eleitoral. Somos insistentes e vamos continuar trabalhando para o empoderamento feminino. Juntas, somos fortes”, acredita.

Primeiro mandato

FOTO: JADILSON SIMÕES

Diná Almeida: “Somos múlti”

Diná Almeida está no primeiro mandato como deputada estadual. De Tobias Barreto, ela é esposa do atual prefeito, Diógenes Almeida e um dos filhos já ocupou o cargo de vereador da cidade, o que já lhe deu uma experiência na política. Hoje, ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa de Sergipe, Diná destacou o Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo domingo, 8, como um dia de luta e reconhecimento da capacidade das mulheres.

“Como mulher, sempre temos que ser apresentadas como maioria. Nós mulheres somos múlti, pois somos mulheres mães, filhas, profissionais que atuam dentro e fora dos lares. Hoje aqui na Assembleia estamos em número de seis deputadas atuando na política feminina, demonstrando que somos muito úteis à sociedade”, ressalta informando que tem duas filhas, um filho e três netos. ‘Toda mãe defende os seus filhos e eu tenho muito orgulho dos meus, pois são trabalhadores, honestos e amáveis’, comemora.

Diná Almeida acrescentou que além do carisma e do carinho, a mulher precisa adquirir conhecimentos para saber transmitir. “Vamos continuar sendo mulher, delicada, feminina, mãe e atuante em todas as áreas, pois mulher pode dirigir, trocar pneus, pegar peso. Somos iguais e viva o Dia das Mulheres”, complementa.

Cultura machista

Maisa Mitidieri: “Direito à voz”

A deputada Maisa Mitidieri que também está no primeiro mandato na Alese, disse perceber que a mulher embora tenha um desejo forte de se envolver na política, ainda tem um receio.

“Seja pela sociedade ou dentro de casa, a gente ainda tem uma cultura machista muito forte que ainda impede de as mulheres terem coragem de envolver com a política, mas é uma coisa que vem se quebrando cada dia mais com a luta diária que é fazer com que as mulheres se interessem pela política, se candidatando ou não, mas que se envolvam buscando seus direitos e comecem a entender que a mulher tem voz. Aqui na Assembleia somos em seis e isso é muito gratificante para continuarmos lutando por mais políticas públicas para as mulheres”, afirma.

Garantia de direitos

Janier Mota: “Que tenhamos mais mulheres na política”

A deputada Janier Mota destacou a importância de dar voz às mulheres. “Penso que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na política. Nós temos que ocupar os espaços políticos cada vez mais, para dar voz a todas as mulheres e lutar pela garantia dos nossos direitos. Neste primeiro mandato, espero sempre representar de forma satisfatória todas as mulheres sergipanas. Que tenhamos cada vez mais mulheres na política”, ressalta.

Feminicídio

Kitty Lima complementou que o Dia Internacional da Mulher, serve não apenas para incentivar as mulheres a ocuparem os espaços e estarem aonde quiserem.

Kitty Lima lamenta o crescimento do feminicídio

“A gente precisa também mostrar que a data é pra não esquecer das mulheres que são vítimas de violência. O feminicídio é uma chaga, é um câncer da nossa sociedade e não podemos medir esforços para combater esse mal. A sociedade e o poder público devem estar juntos nesse propósito. Esse 8 de março tem que ser um dia de encorajamento de mulheres e homens no combate à violência contra a mulher e contra qualquer desigualdade de gênero”, alerta.

Mulheres do Legislativo

A primeira mulher a ocupar uma cadeira na Alese foi a professora laranjeirense Quintina Diniz, eleita em 1934 pela UDN. Vinte anos depois, Núbia Nabuco Macedo, foi eleita deputada pelo PTB.

Também passaram pela Assembleia Legislativa de Sergipe, Maria Auxiliadora (MDB), Celinha Franco, eleita pelo PFL; Venúzia Franco (PPS), Elma Paixão (PMDB), Lila Moura (PFL), Conceição Vieira (PT); Susana Azevedo (PSC), Tânia Soares (PCdoB), Silvia Fontes (PDT), Angélica Guimarães (PSC) e Ana Lúcia Vieira (PT).

Alese

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