Cohidro e agricultor divulgaram técnicas para desafiar geografia e mau tempo, diversificando produção no perímetro estadual e criando novos parceiros
Durante o Dia de Campo do Cultivo Irrigado do Tomate, o agricultor irrigante Erivaldo Peixoto; que produz com a água de irrigação e assistência técnica agrícola no Perímetro Irrigado Califórnia, mantido pelo Governo do Estado em Canindé de São Francisco; explicou todos os métodos e aparato que utilizou para conseguir êxito na produção, que está em plena colheita de frutos de padrão comercial e em lavoura de alta produtividade. O evento reuniu outros produtores curiosos com o sucesso de Erivaldo; professores do Instituto Federal de Alagoas (IFAL); estudantes e técnicos em Agropecuária das empresas de desenvolvimento (do Vale do São Francisco) Codevasf, (Agropecuário de Sergipe) Emdagro, Cohidro e da Prefeitura Municipal.
Produzir tomate de qualidade comercial no Alto Sertão Sergipano sempre foi um desafio aos agricultores. No outono e inverno, quando a chuva aumenta a incidência de pragas e doenças, a dificuldade ainda é maior. Com o apoio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), que administra o Califórnia e co-organizou o Dia de Campo , Erivaldo Peixoto conseguiu vencer esses dois obstáculos. Sempre de olho no preço de venda do fruto, que sobe neste período pela baixa oferta dos estados que são os maiores produtores.
“Compensa até demais, uma lavoura dessa, eu estou tendo dificuldade por causa da chuva, mas ainda vou chegar à colher em média 50 toneladas de tomate. O quilo na roça está em média de R$ 2,80 a R$ 3. Se hoje eu gasto nela R$ 35 mil, como ela está aí e se manter essa janela de preço, eu posso fazer uma média de R$ 150 mil”, contabilizou Erivaldo Peixoto. O produtor palestrante idealizou um dia de campo, realizado na segunda quinzena de junho, em que não só ele pudesse contribuir. “É importante para essas pessoas que vêm para aprender, para perguntar como plantar. Se ele não tiver um conhecimento, eu posso dar uma assistência. O meu amigo, o técnico da Cohidro, também pode e tem as pessoas aqui que trabalham [na área de assistência] ou que são alunos, que estudam para fazer isso”.
A gerente do perímetro, Eliane Moraes, acredita que as novas culturas possam oferecer uma alternativa de geração de renda e de produção dentro do perímetro. “O tomate não é uma cultura que tenha tradição aqui no Perímetro Irrigado Califórnia. Por isso, teve uma assistência técnica diferenciada, um acompanhamento que foi sucesso. E que hoje está culminando com a colheita e com esse evento. Que vai dar visibilidade a este trabalho feito. Um fator multiplicador, para mostrar aos produtores a possibilidade de obter sucesso neste plantio também”.
“Diversificar é oportunizar. É dar uma chance para o solo se recompor, é abrir janelas de oportunidades. É participar de uma comercialização de oportunidades onde se visa mais renda e produção, com o mesmo esforço e dedicação empregada na agricultura tradicional”, avalia Tito Reis, funcionário da Cohidro, que trabalha no setor do Califórnia, no qual Erivaldo Peixoto produz. Formando em Agronomia, o servidor busca no Ifal, onde é acadêmico, mais conhecimento para agregar aos projetos de inovação do tomate, agora sendo colhido, e há pouco tempo, do melão. Como duas culturas de alternância econômica e de diversificação de oferta de produtos no perímetro estadual.
O também produtor irrigante do Califórnia, José Gomes, já tentou plantar tomate várias vezes, mas por conta do ataque de lagartas, sempre perde cerca de 90% da colheita. “Eu quero saber se o vizinho está produzindo bem e o que é que ele passa que eu não passo. Eu plantei e pretendo plantar, porque eu tenho comércio na feira e eu planto para vender para fora. Se eu tiver a minha produção, eu não estou comprando, eu estou plantando para vender o meu. Meu interesse é esse, de poder trabalhar com o tomate, que é uma planta que a gente sabe que na feira é muito ‘vendável’”.
Perímetro-escola
Zilná Brito, professora do curso Técnico em Agropecuária do Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, recebeu com satisfação o convite para levar seus alunos dos 3º e 2º anos ao dia de campo. “Eles já têm essas disciplinas na sala de aula, e quando a gente vem para um dia de campo deste, com o cultivo do tomate irrigado, eles já associam a prática à teoria. É onde eles conseguem realmente visualizar o problema, alguma estratégia que eles possam fazer para esse trabalho que eles fazem na escola. A gente vem até agradecer à Cohidro pela oportunidade de os alunos poderem participar também desse evento”.
Já a aluna do 3º ano de Agropecuária, Franciele do Nascimento, acredita que o dia de campo vai trazer mais bagagem para tudo aquilo que eles já viram no curso. “Um momento de vivência muito importante na nossa finalização do curso. Eu e o meu companheiro vamos realizar um trabalho que vai falar sobre pragas e doenças do tomateiro mesmo, e vai ser uma experiência que a gente vai levar para o futuro e para escola também. Recebendo mais conhecimento, experiência, vivência dentro do campo. As oportunidades são poucas, então vamos aproveitar bastante”.
Foto Fernando Augusto
Ascom Cohidro