Marileide fez campanha, pediu votos e não serviu de Laranja, diz advogado

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“Marleide fez campanha, foi para a rua, pediu votos e não serviu de laranja para nenhum candidato do MDB”, afirma advogado

A declaração é do advogado Benito Soares que acompanha a ex-candidata a deputada estadual Marleide Cristina (MDB), uma das investigadas pela Polícia Federal com suspeita de candidatura laranja no pleito eleitoral de 2018. De acordo com ele, desde o início da investigação, em meados de fevereiro deste ano, Marleide tem reafirmado o que já disse ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal: que teve todo o controle dos recursos recebidos, bem como autonomia para contratar as empresas que prestaram serviços em sua campanha no pleito eleitoral. “Realidades bem diferentes de outras denúncias envolvendo candidaturas laranjas”, garante.

Em entrevista exclusiva ao FAXAJU, Benito Soares revela detalhes da prestação de contas da candidata, da campanha e das informações já prestadas no inquérito da Polícia Federal.

Em algum momento Marleide Cristina chegou a confessar que recebeu alguma proposta para não trabalhar e ficar apenas com o nome à disposição do partido?

Primeiramente é importante esclarecer que há muitos anos Marleide é filiada ao MDB. Já foi candidata ao cargo de vereadora do município de Lagarto. Procurou espontaneamente o partido para ser candidata nas eleições de 2018.  Desde o início da investigação, em meados de fevereiro deste ano, Marleide tem reafirmado o que já disse ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal: que teve todo o controle dos recursos recebidos, bem como autonomia para contratar as empresas que prestaram serviços em sua campanha no pleito eleitoral.

Nas investigações, a procuradora questiona o porquê de apenas uma empresa foi responsável por sua campanha. Isso foi orientação da direção do partido?

Isso não existiu. Na campanha de Marleide Cristina várias empresas foram contratadas para prestarem serviços, inclusive empresas renomadas no Estado, como a Gráfica J. Andrade, Innuve, Imprimi, T.Dantas. Além dessas, outras empresas como postos de combustível, supermercado, todos prestadores que forneceram serviços para a realização da sua campanha.  Em relação à empresa apontada pela Procuradora como sendo a única contratada pela candidata, a Empauta Comunicação e Marketing, de propriedade do jornalista e publicitário Cícero Mendes, esta ficou responsável pela coordenação do marketing da campanha. A mesma empresa atuou em várias outras campanhas eleitorais, dos mais diversos partidos. A pedido de Marleide, Cícero assumiu a coordenação de comunicação, prestou o serviço e recebeu por ele. Tudo conforme estabelece a legislação eleitoral. Todos os gastos foram devidamente comprovados na prestação de contas. Não há, até o momento, qualquer rejeição das contas apresentadas.

Sua cliente tem sido alvo de muitas críticas por parte da imprensa. Isso tem algum interesse político de adversários do MDB? Se tem, pode dizer de quem?

Atuo na esfera do Direito e, tecnicamente, sei que a campanha seguiu o que estabelece a legislação eleitoral. Realmente está havendo uma exploração excessiva por setores da imprensa, mas não posso afirmar quais interesses há por trás dessa exposição. Isso não nos preocupa, pois acreditamos que a Justiça tomará decisões técnicas, e não no afã de atender a qualquer tipo de pressão, seja ela de setores da mídia ou de agrupamentos políticos adversários ao MDB.

A sua cliente recebeu quase R$ 500 mil em recursos e obteve apenas 200 votos. Atribui a que essa baixa votação?

Na realidade o valor exato que chegou na conta de Marleide Cristina foi R$ 468.922,23. O que pouca gente destaca é que ela teve apenas 25 dias de campanha, uma vez que os recursos financeiros foram liberados no dia 12 de setembro de 2018. Com o crédito dos recursos financeiros, Marleide diligenciou na busca de serviços necessários para o desenvolvimento da campanha. Para tanto, precisou de aproximadamente uma semana. Ou seja, foram menos de 18 dias de campanha efetiva. Mas como advogado, não posso estabelecer o que ocasionou a baixa votação, mas, sem dúvida, um dos fatores foi o curto espaço de tempo, uma vez que, nos 18 dias de campanha efetiva, Marleide ainda se dividia entre promover a campanha nas ruas, e cuidar de documentações e prestação de contas. O que posso garantir é que todo o recurso foi gasto observando a legalidade imposta pela legislação aplicável, dentro das cotas estabelecidas e dos gastos previstos na legislação eleitoral. Além disso, importante registrar que, no pleito eleitoral, no município de Lagarto existiam diversos candidatos ao mesmo cargo disputado por Marleide, o que dividiu os votos na localidade. Dois deputados estaduais foram eleitos no município no pleito de 2018.

Por conta dessa baixa votação, a candidatura de Marleide foi apenas um nome para completar a chapa?

Reafirmo que que Marleide fez campanha. Os documentos por ela apresentados comprovam isso. O material de propaganda foi confeccionado, impresso e distribuído. As redes sociais foram criadas e materiais foram postados. Tudo foi encaminhado pela agência de publicidade à Polícia Federal. Os depoimentos colhidos pela autoridade policial dos proprietários das empresas e de pessoas que trabalharam na campanha confirmaram a impressão dos materiais e das atividades de rua. Dirigentes do MDB à época do pleito eleitoral afirmaram em depoimento perante o Delegado da Polícia Federal que não interferiram na campanha de Marleide, que teve total controle dos recursos que chegaram à conta corrente da campanha. Enfim, realidades bem diferentes de outras denúncias envolvendo candidaturas laranjas. Marleide fez campanha, foi para a rua, pediu votos e não serviu de laranja para nenhum candidato do MDB.  Cônscia de que agiu com integridade nas eleições de 2018, prestando contas de como empregou os recursos recebidos, Marleide se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários para as autoridades que investigam o caso.

Por Fax Aju

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