Proposta de venda de ações do Banese gera um amplo debate entre os parlamentares

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O pronunciamento feito pelo deputado estadual Iran Barbosa (PT), na tarde dessa segunda-feira (12), anunciando uma audiência pública com o objetivo de discutir a necessidade da venda de ações do Banco do Estado de Sergipe (Banese), gerou um amplo debate entre os demais parlamentares.

O líder da oposição avaliou o debate como “muito atual” e que este é um tema que preocupa não apenas os servidores do Banco, mas toda a sociedade sergipana. “Em primeiro lugar acho que qualquer medida deve partir com transparência total. Desde o nosso primeiro mandato que temos essa preocupação com o Banese e a Deso. Hoje o governo detém 90% das ações do Banco e, no momento em que alardeia a crise financeira, pode ser uma desculpa para a venda dessas empresas”.

O deputado ainda questionou sobre quem ganharia com a venda das ações do banco. Ele lembrou que, feito o negócio, lá na frente o Estado pode perder completamente o controle sobre o Banese. “Esperamos o bom senso e vamos acompanhar de perto para evitar que medidas desastrosas venham a prejudicar os trabalhadores e o Banco. Agora volto a cobrar total transparência sobre o que vem sendo tratado”.

Zezinho Guimarães

Por sua vez, o também deputado Zezinho Guimarães (MDB) pontuou que este é um “tema palpitante” e defendeu cautela nas avalições que estão sendo feitas porque, segundo ele, se estão pensando em vender algo é preciso valorizam o bem (Banese) “e eu não acho que é isto que está acontecendo. Ouço chavões de Banco dos Sergipanos, mas hoje o Banese investe mais lá fora do que aqui dentro”.

O deputado acrescentou dizendo que estão abrindo várias agências e postos fora do Estado, mas pontuou que no Conjunto Augusto Franco, com mais de 50 mil habitantes, não tem uma agência para atender ao público a contento. “Estão priorizando Alagoinhas (BA), a Paraíba, Alagoas. Temos que aprofundar essa discussão. Hoje o Banese só tem 20% de pessoas jurídicas entre os seus clientes. Ou o empresário não chega ou ele não é recebido. 80% dos clientes são pessoas físicas e a rentabilidade é pequena”.

“O Banese teve R$ 19 ou R$ 20 milhões de lucro! Isso é lucro de budega! Ano passado o sistema financeiro foi o que mais lucrou com cerca de R$ 90 bilhões! É preciso avaliar com propriedade a venda dessas ações para não terminarem vendendo a um preço vil. O banco acumulou um prejuízo da ordem de R$ 245 milhões entre 2014 e 2015 e jogou na conta dos devedores. Temos que nos aprofundar sobre essas operações, sobre o que foi feito”, completou Zezinho Guimarães.

Zezinho Sobral

Para o líder do governo na Casa, deputado Zezinho Sobral (PODE), o assunto “Banese” já é algo “pacificado” pelo governador que, durante a leitura da mensagem na abertura dos trabalhos da Alese já havia se manifestado que não tinha intenção de privatizar o Banco. “Acho que o estudo feito era necessário, mas as considerações feitas aqui sobre o governo não procedem. Não estou vendo nenhum posicionamento em cima disso (privatização do Banese)”.

Zezinho Sobral enfatizou que a assembleia de acionistas do banco conta com a participação de servidores. “Está tudo preservado. Eu entendo as preocupações que são importantes e pertinentes. Será que há algo diferente do que foi acordado e anunciado pelo governador? Outra coisa é que não se abriria o mercado de ações sem o devido conhecimento, sem prever o impacto disso. A auditoria é algo comum em qualquer empresa pública ou privada”.

Outros

A deputada Maria Mendonça (PSDB) parabenizou a proposta feita por Iran Barbosa sugerindo que o governador Belivaldo Chagas (PSD) trate de fortalecer o Banese indicando o mesmo para o recém-criado Consórcio de Governadores do Nordeste, no sentido que o Banco do Estado seja transformando em um Banco Regional, em uma entidade financeira com autonomia para ajudar nas questões e nos negócios que envolvem todo o conjunto do Consórcio.

Já o também deputado Samuel Carvalho (Cidadania) disse que seu pai se aposentou como servidor bancário e disse que é preciso estimular mais pessoas jurídicas a serem clientes do Banese. “Temos que aproveitar essa audiência pública para promover um amplo debate sobre o tema”.

Por Rede Alese

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