‘Prévia’ do PIB do Banco Central recua 0,13% no 2º trimestre e indica início de ‘recessão técnica’

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Chamada 'recessão técnica' acontece quando há dois trimestres seguidos de queda no nível de atividade. Resultado oficial do PIB no 2º trimestre será divulgado pelo IBGE em 29 de agosto.

A economia brasileira registrou retração de 0,13% no segundo trimestre de 2019, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (12).

O recuo de 0,13% entre abril e junho deste ano foi verificado na comparação com o primeiro trimestre de 2019. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.

Como o nível de atividade já havia recuado 0,2% nos três primeiros meses deste ano, contra o último trimestre do ano passado, a economia brasileira pode ter entrado em uma “recessão técnica” – que se caracteriza por dois trimestres seguidos de tombo do PIB.

Segundo explicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na recessão técnica é considerada a possibilidade de recuperação no curto prazo. É diferente da recessão de fato, quando a situação do país está se deteriorando significativamente, e há alta do desemprego e dos índices de falência, queda da produção e do consumo.

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-BR do Banco Central, porém, é somente um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB – que é calculado IBGE. Os números oficiais do PIB do primeiro trimestre serão divulgados no dia 29 de agosto.

Quando a comparação é feita com o resultado do segundo trimestre de 2018, porém, o IBC-Br do primeiro trimestre de 2019 indica alta de 0,85% (sem ajuste sazonal). Em 12 meses até junho deste ano, também sem ajuste sazonal, os números do BC indicam uma expansão de 1,08%.

O fraco resultado do segundo trimestre deste ano já era esperado por economistas. Isso porque os componentes do PIB já haviam indicado atividade em baixa no período. O setor de serviços, por exemplo, registrou queda de 0,6% no segundo trimestre, enquanto a produção industrial teve queda de 0,7% e as vendas do comércio caíram 0,3%.

Apesar da retração do PIB nos três primeiros meses deste ano, e do possível tombo também no período de abril a junho, os economistas do mercado financeiro, o Banco Central e o Ministério da Economia projetam crescimento da economia em todo este ano. A previsão de é alta do PIB de cerca de 0,8% no ano de 2019.

FGTS e reforma da Previdência

Após o tombo do PIB no primeiro trimestre deste ano, a área econômica do governo Bolsonaro começou a se movimentar para estimular a economia e, mais recentemente, anunciou a liberação de R$ 42 bilhões das contas do PIS e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com efeito em 2019 e 2020.

Se todos recursos forem sacados, o impacto sobre o PIB este ano seria de 0,26 ponto percentual e de 0,59 ponto percentual no ano que vem, estimou o Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado. Ou seja, a liberação do dinheiro acrescentaria, nos dois anos, crescimento de 0,85 ponto percentual no PIB.

Além disso, analistas acreditam que a aprovação da reforma da Previdência, em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, também vai contribuir para impulsionar o crescimento da economia nos próximos meses. A lógica é que os investidores se sentirão mais seguros em investir e gerar empregos em um país com as contas mais arrumadas.

IBC-BR X PIB

O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.

O cálculo dos dois é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Atualmente, a taxa Selic está em 6% ao ano, na mínima histórica, e a estimativa do mercado é de que recue para 5% ao ano até o final de 2019.

Por G1

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