A Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (FAMES) realizou, na manhã desta quarta-feira, 30, uma coletiva de imprensa para discutir a mobilização municipalista “Sem FPM não dá”, adotada por vários estados e prefeituras do país, para chamar a atenção sobre a queda da arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e sobre a importância desse recurso para a manutenção de serviços públicos e o desenvolvimento dos municípios.
Em Sergipe, o ato aconteceu na sede da Federação e reuniu a imprensa local, os gestores municipais e apoiadores. Durante a coletiva, representantes da FAMES destacaram a necessidade de fortalecer o FPM como fonte de recursos para os municípios. Eles ressaltaram que a distribuição mais justa e equitativa dos recursos do fundo é fundamental para garantir a sustentabilidade financeira das cidades e a prestação de serviços de qualidade à população.
No entanto, diversos fatores têm contribuído para a queda na arrecadação do recurso, que é composto por uma parcela do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) arrecadados pelo Governo Federal. A distribuição é feita de acordo com o número de habitantes, onde são fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual.
Entre os motivos para a queda do FPM está a redução na arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) – menos 8% ou R$ 5,1 bilhões – e o aumento de restituições do IR em 56% (ou R$ 4,3 bilhões).
De acordo com dados apresentados pela analista técnica da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Claudia Lins, 51% dos municípios brasileiros estão no vermelho. No Estado, essa média é ainda maior, 57% das cidades sergipanas estão em déficit no primeiro semestre do ano, isso porque houve uma queda de -7,3% do FPM.
Além disso, concomitantemente à queda de arrecadação do FPM, os municípios sergipanos enfrentam a redução do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) -2,4%; -59% de atrasos em emendas parlamentares federais; e o aumento de 14% das despesas de pessoal, 17% de custeio e 47% de investimentos.
Para o presidente da FAMES, Alan Andrelino, a expectativa é de que a mobilização nacional ganhe forças e a iniciativa possa gerar debates e ações concretas para fortalecer o financiamento dos municípios e assim, garantir a manutenção e o acesso da população aos serviços públicos de qualidade.
“Um repasse justo do FPM contribui para fortalecer os municípios, permitindo que eles cumpram suas responsabilidades e ofereçam serviços de qualidade à população. É um elemento essencial para a promoção do desenvolvimento local e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, ressaltou o presidente, chamando a atenção para os dados apresentados durante a coletiva, de que a cada R$ 100 que são arrecadados por pequenos municípios, R$ 91 são utilizados para o pagamento de pessoal e custeio da máquina pública.