O Governo de Sergipe inseriu na terça-feira, 4, o filé de camarão na alimentação escolar, adquirindo 10.205kg do crustáceo, a serem distribuídos em cinco lotes a 42 Centros de Excelência da rede pública estadual. Para que a proteína chegue até a merenda escolar, uma cadeia de produção e logística foi acionada pelas cooperativas de agricultura familiar participantes do edital, mobilizando principalmente os pequenos produtores de camarão.
De acordo com Marcos Paulo, presidente da Cooperativa de Produção, Comercialização e Prestação de Serviços dos Agricultores Familiares de Indiaroba e Região (Cooperafir), formada por pequenas associações estaduais responsáveis por vencer o chamamento público de aquisição, a missão da cooperativa é justamente organizar os pequenos carcinicultores (criadores de camarões em viveiros) a fim de inseri-los no mercado, não somente institucional, mas também, segundo ele, num mercado que esteja de acordo com as normas da agricultura familiar e que permita participação em certames públicos.
“O camarão é um produto nobre e sua aquisição está inserida numa política de inclusão dos pequenos carcinicultores. O aprendizado de todos eles é essencial para que possam acessar outros mercados, institucionais ou não. Foi muito importante o Governo do Estado adquirir com esses carcinicultores uma proteína importante, muito compatível no preço e viável para o estado”, destacou.
Fornecedores
De acordo com a Lei 11.947, de 16 de junho de 2009 e Resolução FNDE de 8 de maio de 2020, os candidatos a fornecedores tiveram que se enquadrar na forma de grupos informais, fornecedores individuais e grupos formais detentores da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) ou CAF Física e ou DAP ou CAF Jurídica.
Foram investidos nesse primeiro edital R$ 609.119,10 na aquisição do filé de camarão, que beneficiará mais de 20 mil alunos. O filé de camarão chegará às escolas em cinco lotes e a cada 15 dias será um complemento ao cardápio regular.
Para o produtor Gerson Neto, que também é presidente de uma associação no sul de Sergipe, o governo tem valorizado a cultura local dos pequenos produtores. “É um pontapé para a aceitação maior do camarão, além da carne bovina. Há também a questão de cunho político-sócio-ambiental, porque a associação preza por essas diretrizes”, disse.
Segundo o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, a importância na diversificação da proteína escolar vem primeiramente da valorização do estudante da escola pública, em saber que ele tem acesso a todas as proteínas. Para o secretário, o filé do camarão foi inserido na merenda, mas de forma complementar ao cardápio regular. “No caso da aquisição do camarão, foi pensado de forma mais ampla, porque engloba a carcinicultura sergipana, busca os pequenos produtores, associados das cooperativas, que de certa forma incentiva e fomenta a agricultura familiar”, destacou.