Ação com dança resgata realidade cotidiana no Hospital Universitário de Lagarto

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Iniciativa buscou aproximar a realidade do paciente do contexto hospitalar, favorecendo o processo de tratamento

Um paciente que tem como profissão o balé. Uma residente de terapia ocupacional. E uma apresentação de dança improvisada em ambiente incomum para esse tipo de expressividade artística: um corredor da Clínica Médica do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS/Ebserh). A iniciativa chamou a atenção e sensibilizou a todos que presenciaram, dentre colaboradores, pacientes e acompanhantes.

O propósito foi aproximar e trazer a realidade do usuário para o contexto hospitalar, visando engajá-lo ainda mais dentro do processo de tratamento. Wesley Costa, 22, é professor de balé e atua na rede de ensino do município de Salgado-SE. Durante o período de internação passou pela Ala Amarela, UTI e Clínica Médica da unidade hospitalar, até receber alta. Atualmente está sendo acompanhado por especialista do Ambulatório de Especialidades do HUL, que funciona no Campus UFS Lagarto.

“Foi uma oportunidade incrível participar da apresentação com a residente de terapia ocupacional do hospital. Eu estava com muita saudade das minhas alunas, das minhas meninas. Via as postagens delas, vi que se apresentaram sem mim e sei que elas estavam na expectativa de que o professor estivesse ao lado delas, e isso me deixou muito abalado”, ressaltou Wesley. “Conversei então com a residente e ela me orientou a escutar uma música que deixasse fluir minhas emoções e o desejo de dançar, e que aquele momento fosse só meu em busca de minha recuperação”, completou.

“Gostaria de agradecer a todos os profissionais de saúde que me ajudaram, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e a todos os enfermeiros que estavam ali presentes no momento em que minha mãe não pôde estar”, observou Wesley Costa. “Eles conseguiram me acalmar em um momento em que eu estava tenso”, destacou..

Ressignificação do processo de internação

Para a residente de terapia ocupacional do HUL, Sara Marine Marques Benedito, o que se buscou foi uma maior adesão ao tratamento pela aproximação da realidade do paciente ao contexto hospitalar. “Iniciamos um trabalho de conscientização, de orientação com relação à internação visando maior adesão ao tratamento”, disse.

“Na terapia ocupacional procuramos olhar para além da patologia, buscamos trabalhar com base em quem é aquela pessoa fora do hospital”, explicou.

“Como o Wesley é bailarino e a dança fazia muita falta para ele, pensamos em fazer algo que fosse significativo para ele, voltado para essa questão da dança. Então sugerimos essa apresentação de balé, algo bem simples, para o pessoal do setor. O Wesley ficou muito animado e feliz com a ideia. Ao final fiquei muito emocionada com o que ele trouxe, sobre a falta que ele sentia da dança e de estar perto das alunas dele e o que aquele momento representou para ele”, complementou a residente.

Para a chefe da Unidade de Atenção Psicossocial do HUL, Ana Luiza Prado, o processo de internação representa uma ruptura na vida da pessoa e ações como essas conectam o paciente com a sua vida e papéis sociais. “Arte é expressão da subjetividade humana e no caso de Wesley simbolizou a ressignificação do processo de internação”, pontuou.

Fonte e foto assessoria

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