O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa, esclareceu que a atual oposição promoveu uma ruptura dos acordos estabelecidos na Alese entre as bancadas parlamentares nos últimos anos. “Houve uma ruptura, de forma surpreendente, nas relações que estavam estabelecidas. Que isso fique claro, e que a gente da situação se organize para fazer os enfrentamentos”, anunciou Gualberto, apoiando o presidente Luciano Bispo (MDB) que se queixou com veemência da quebra dos acordos.
Para Gualberto, o que havia na Alese até então, e que foi ressaltado pelo presidente Luciano Bispo com vigor, era uma prática de boa convivência entre situação e oposição para encaminhamento das matérias e até dos procedimentos na Casa legislativa. “Mas o que houve ontem foi uma ruptura. O presidente da Casa tem a prerrogativa de fazer ou não a pauta de votação. Se ele soubesse antes que não iria ter quorum poderia não ter colocado o requerimento para votar”, disse.
A discussão foi motivada porque na sessão de terça-feira (9), o líder da oposição, Georgeo Passos, retirou sua bancada do plenário, impedindo a votação de um requerimento pedindo urgência em projetos de lei do Executivo. “Temos a compreensão que é regimental, mas sempre interpretei a tese de que um regimento é feito para atuar em situações de completa divergência. Para mim, regimento só serve para isso, pois desde que tenha acordo entre as partes ele não é ferido. E acredito que no mundo inteiro seja assim”, reclamou Gualberto.
Na sessão desta quarta-feira (10) o próprio Georgeo Passos confirmou que todos os acordos estabelecidos anteriormente estão suspensos. Disse ainda que se quiserem acordo precisam chamá-lo para conversar, e assim fazer suas exigências. “Mas é preciso deixar claro que o presidente Luciano Bispo é o coordenador, com plenos poderes, de todo funcionamento da sessão, independente da vontade de um deputado ou outro. Exceto nos casos em que o regimento prevê que necessite de uma movimentação do plenário, e não apenas da vontade de um ou dois deputados”, lembrou Gualberto.
“O que se reclamou foi da ruptura. “Nós (situação) precisamos nos organizar para contar com a retirada da oposição em votações mais polêmicas. Fazer nossas votações considerando essa possibilidade”, completou o vice-presidente. “E quero deixar claro mais uma vez para todos: o líder do governo na Casa é o deputado Zezinho Sobral. Mas ninguém vai me proibir de defender o governo aqui. É o governo que eu acredito e ninguém, de forma arrogante, vai me proibir de defendê-lo, ou achar que vai me constranger com insinuações”, enfatizou.
Por fim, Francisco Gualberto ressaltou que arrogância sempre foi algo prejudicial à relação humana. “Quatro deputados chegam nesta Casa e querem dizer como será feita a pauta. Mas se a maioria não concordar com isso? O que entendemos é que essa é uma prerrogativa regimental do presidente, e ele pode fazer a pauta no momento em que desejar. Portanto, na minha garganta ninguém colocará fel. E eu continuarei ao lado do líder Zezinho Sobral defendendo o governo. E quem quiser que chore no twitter”.