Em Setembro de 2020, a coordenação obstetrícia do Hospital e Maternidade Santa Isabel, em parceria com a direção clínica, implementou um plano de ação para disponibilizar o Dispositivo Intrauterino (DIU) para pacientes pós-parto. A maternidade é a primeira e única do estado de Sergipe a oferecer esse serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O DIU de cobre foi escolhido porque muitas pacientes afirmavam não usar nenhum método contraceptivo, principalmente os hormonais, por causarem várias reações e por ser de uso contínuo e nem os de barreira, como a camisinha, por causa dos parceiros que alegavam incômodo. As vantagens do DIU é que ele pode ser usado em qualquer mulher que esteja com sua saúde normal.
Por ter uma pequena estrutura, em forma de T, que é inserida, por um profissional da saúde, no interior da cavidade uterina através de um procedimento relativamente simples. Por permanecer por um longo período de 5 a 10 anos dentro do útero da mulher. E, ter eficácia de 99%. Com a implantação na maternidade, a mulher economiza de R$ 600 a R$ 1.000, além do custo que cada médico pode cobrar para inserir o DIU. O que acaba dificultando a procura.
A ginecologista Valéria Aparecida Leal Caetano, coordenadora da obstetrícia da maternidade, descreve como é feita a abordagem para orientar as pacientes. “Sempre que a paciente dá entrada na sala de parto, a gente já oferece essa possibilidade para quem deseja algum método contraceptivo que não seja cirúrgico, mas que tenha a mesma eficácia que uma laqueadura tubária. Na triagem da enfermagem já tem as orientações com as vantagens e desvantagens do método. Explicamos para a paciente que o DIU é um dispositivo intrauterino pequeno em forma de T, que tem uma parte de cobre. No pós-parto ele é inserido dentro da cavidade uterina. A partir do momento que é inserido já tem a validade de um método contraceptivo. Vale até por 10 anos. E o índice de falha é de apenas 0,3%”, explica.
A paciente que tiver interesse preenche uma ficha de inserção ao DIU e assina um termo de consentimento, comprometendo-se com todas as etapas do processo. Com o termo assinado, a paciente receberá o dispositivo até 48h depois do parto, seja ele normal, cesárea ou curetagem. “Depois que a placenta e todos os coágulos são retirados, fazemos a implantação do DIU. Na mesma hora. Com a ajuda de alguns colaboradores implantamos um protocolo com indicações e orientações de como esse DIU deve ser inserido. Por isso, é tão importante que um profissional da área da saúde realize esse procedimento”, ressalta a ginecologista.
Assim que recebem alta da maternidade, as pacientes já saem encaminhadas. As que são do município fazem esse controle no Centro de Acolhimento e Atenção à Saúde da Mulher (CAASM), onde será agendada a consulta, e com 40 dias vai fazer uma revisão, cortar o fio do DIU e fazer um ultrassom para ver se o dispositivo está bem inserido no local. Já as pacientes do estado, serão encaminhadas para o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), onde será feita a mesma etapa.
A coordenadora obstetrícia revela que no início da implantação o índice de aceitação, em setembro, era de 4%, em outubro aumentou para 13%, em novembro chegou a 18% e em dezembro encerrou com 15%. “Muitas pacientes desejam colocar, mas não tinham esse projeto e não conseguiam inserir porque não são todos os ambulatórios que oferecem. Isso sem contar o custo. Aqui é implementado pelo Santa Isabel, sem custo nenhum. E é importante a implantação porque reduz a taxa de natalidade, já que muitas pacientes chegam aqui com uma gravidez que não foi planejada”, finaliza.
POR INNUVE COMUNICAÇÃO