Falta de qualidade em alimentos distribuídos pela prefeitura é destaque na Câmara de Lagarto

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Na 17ª sessão ordinária realizada pela Câmara Municipal de Lagarto, o assunto que mais chamou atenção foi a qualidade duvidosa dos alimentos distribuídos pelo Poder Executivo às pessoas em vulnerabilidade social. Mesmo tendo esse assunto como o mais presente, outros tópicos também foram abordados pelos parlamentares lagartenses.

Na oportunidade, dois vereadores apresentaram matérias: Josivaldo dos Brinquedos e Jocelmo de Antônio Simões. O primeiro defendeu a testagem em massa para detectar possíveis casos de Covid-19 entre servidores que trabalham na Casa Legislativa.

“Essa minha indicação é a pedido dos colegas que trabalham aqui. Devido ao fluxo de gente e de vereadore, que não para, é importante fazer uma testagem. Esse pedido é justamente para que a gente saiba se todos nós estamos livres ou estamos infectados. Isso é apenas uma medida de segurança. Espero que a secretária seja sensível e faça essa testagem com os nossos colegas de trabalho”, ressaltou Josivaldo.

Já a proposta de Jocelmo busca desburocratizar as ações do cartório do município. “Antigamente quando você ia registrar alguma escritura era rápido. Hoje em dia leva de seis meses a um ano. É uma vergonha para a nossa cidade. Só é possível levar um documento se for agendado. E mesmo agendado, a pessoa leva mais de horas para entregar um documento que não leva nem dois segundos”, explicou.

Sem mais matérias em pauta, Creusa do Oiteiros foi a primeira parlamentar a ocupar a Tribuna para o pequeno expediente. A vereadora criticou a falta de solução para problemas que se arrastam por anos no município.

“A gente sabe que Lagarto é grande, mas tem coisas que são prioridade. Os administradores precisam aprender a ver o povo das comunidades, o povo da zona rural, o povo dos bairros periféricos da cidade. Olhem a situação da passagem molhada que eu cobro há 3 anos. Imaginem os senhores uma situação dessas… Será que vocês sabem o que é viver assim? Isso não é de agora, eu sei, mas eu peço encarecidamente à secretaria de obras que veja essa situação”, explicou Creusa, ressaltando o cenário de calamidade numa estrada lagartense.

O segundo a falar foi o presidente da Casa Legislativa, Eduardo de João Maratá. Ele discursou sobre as denúncias de populares a respeito da qualidade dos alimentos distribuídos pela prefeitura. Em vídeo, o parlamentar mostrou sua visita ao local de distribuição das cestas, abriu um pacote de feijão e confirmou a degradação.

“As pessoas não podem ter a ideia de ‘ah, porque tá ganhando, pode vir o que for’. Não é assim. As pessoas tem que ter ciência que esses alimentos que estão sendo comprados são do nosso dinheiro! É dos cofres públicos da prefeitura! É um absurdo essa situação! Está lá pra quem quiser ver!“, criticou.

E Eduardo continuou, questionando o valor pago pelos itens da cesta básica. “Arroz tipo 1 por R$3,56! Isso é um absurdo! E o arroz que encontramos lá nem é tipo 1, é tipo 3. Leite em pó de 400 gramas por R$11,82. Feijão? Era pra ser tipo 1, mas também é tipo 3, custou R$8,81. Eu comprei feijão dia desses por R$7 e não tinha nem 10% ruim”, desabafou.

Interagindo com o discurso do presidente, a vereadora Marta da Dengue se revoltou com a situação. “Se o povo não tivesse reclamado isso teria passado despercebido e as pessoas estariam comendo isso. Jamais, esses que compraram, iriam querer comer uma coisa dessas. Não é porque o povo é pobre que tem que comer isso. Eu teria vergonha de dar um feijão desses! Eu jamais daria! Porque o que eu não quero pra mim, eu não dou aos outros”, afirmou.

Outros parlamentares também se manifestaram, criticando a situação a que foi submetida a população lagartense. O vereador Josivaldo dos Brinquedos foi um dos que se posicionaram, citando o papel dos parlamentares nesse momento.

“Nós fomos eleitos para respeitar e conduzir o que é público. Fiscalizar o que é público. O que aconteceu não tem justificativa. Quando você recebe a mercadoria e ela vem nesse estado, se foi licitado de outro, deveria ter sido devolvido”, comentou.

O orador seguinte foi o vereador JC, que declarou não se surpreender com a situação de calamidade dos alimentos. O parlamentar ressaltou ainda que também havia recebido denúncias do mesmo viés.

“Na semana passada recebi uma denúncia lá do povoado Jenipapo sobre esse tipo de feijão. É triste, lamentável. Eu perguntei ao vereador Fábio Frank, no início disso tudo, o por quê de comprar esse material fora do município ao invés de comprar aqui. A resposta que eu recebi foi: ‘Lagarto não tinha como entregar’. E agora eu entendo porque Lagarto não tinha como entregar. Porque olha, eu desconheço nesse município um comerciante que venda um feijão dessa qualidade. E as mentiras estão expostas sobre a qualidade dele e de outros produtos como o arroz”, afirmou, denunciando ainda que as cestas básicas estariam sendo entregues por cabos eleitorais de pré-candidatos.

Outras situações de calamidade foram apontadas pela vereadora Marta da Dengue durante o Grande Expediente. Um dos casos exibidos pela parlamentar foi a da Unidade de Saúde do povoado Brejo. O vídeo que viralizou nas redes sociais mostrava água caindo aos montes dentro de uma sala de atendimento durante uma chuva forte.

“Olhem esse posto de saúde! Olhem essa situação! Isso é ‘mangar’ da cara do povo! Estragando material, estragando ar-condicionado. Isso tem que sofrer manutenção. Tem que ter responsabilidade com o dinheiro público. O dinheiro é do povo! É tudo sendo estragado! E ainda vem uma cesta básica como essa sendo distribuída desse jeito? Tenham consciência!”, reclamou.

Quem ocupou a Tribuna em seguida foi o vereador Baiano do 13, que também comentou sobre as polêmicas cestas básicas. “Sou a favor das entregas, realmente as pessoas carentes devem ser beneficiadas. Fiquei atento às falas de todos e entendi que todos nós temos que fazer a nossa parte. Claro que a cesta tem que ser dada, e o material tem que ter qualidade”, afirmou.

Por fim, a sessão foi encerrada com uma homenagem saudosa do vereador Alex Dentinho à festa da Pega do Mastro. “Quero deixar meu grande abraço aos amantes da Pega do Mastro, essa festa tão tradicional da nossa cidade. Participo de um grupo de apaixonados que ficaram realmente tristes por não poder ver essa festa acontecer em razão dessa pandemia. Mas tenho certeza que ano que vem estaremos brincando, felizes novamente, nessa festa de mais de 100 anos de tradição”, concluiu.

Fonte: Ascom CML

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