Projeto Dom Távora contribui para ampliação da ovinocultura em Poço Verde

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O exemplo da criação de ovinos no Assentamento Francisco José, em Poço Verde, mostra uma tendência de crescimento do rebanho, que se multiplicou em cinco vezes nos últimos dois anos. O resultado da atividade econômica motivou criadores que estavam desanimados com a seca de anos anteriores, e está contribuindo para melhorar sua renda familiar. O investimento inicial foi realizado Projeto Dom Távora, implementado pelo Governo Estadual, através da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Para a Associação Comunitária em Agropecuária do Assentamento Francisco José foram liberados recursos destinados a 37 famílias, possibilitando a compra de 156 animais. “Aqui, foram quatro matrizes e um reprodutor para cada família. Recebemos os animais faz dois anos e já temos crias. Hoje eu tenho de quatro animais matrizes um reprodutor, mais 12 crias. A gente vende os borregos a preços que variam entre R$150 e R$ 170. Dá uma renda boa. Já vendi 50% das crias, e substituí algumas matrizes por burregas que nasceram com melhor qualidade. A maioria das matrizes aqui no assentamento é cria dos animais que adquirimos no projeto inicial, que podemos vender ao preço de R$ 250 a R$ 300. Já o reprodutor, sai entre R$ 400 e R$ 500”, disse a produtora Gilmara Farias, uma das beneficiárias do assentamento Francisco José. Gilmara também é técnica agrícola e tem ajudado outros produtores no manejo dos animais.

O presidente da Associação, Milton Pereira dos Santos, destaca dos principais ganhos e considera a solidariedade existente entre os produtores, como fator que contribui para o sucesso. “O projeto ajudou a aumentar o rebanho e a qualidade dos animais. A maioria dos beneficiários tem entre 20  e 30 cabeças; antes só tinha quatro cabeças – ou nenhuma, por conta da seca. São matrizes boas de ovelhas Dorper e Santa Inês. O projeto ofereceu um reprodutor para cada cinco famílias e, hoje, cada família tem seu reprodutor Dorper. Então foi um ganho muito grande. Eu considero que um dos motivos de dar certo é a disposição de ajudarmos uns aos outros. Como somos uma área de assentamento, o trabalho coletivo já faz parte de nossa vida e, quando temos uma dificuldade maior, temos a assistência técnica do Incra e da Emagro”, conta Milton.

Para o secretário de Estado da Agricultura, André Bomfim, resultados como o do Assentamento Francisco José mostram que o Projeto Dom Távora está no caminho certo. “A criação de ovinos é uma importante fonte de renda para os agricultores, haja vista a sua alta adaptabilidade às condições do semiárido e a baixa exigência de grandes áreas para exploração, devido ao pequeno porte. Além de possuir um mercado consumidor sempre crescente, o seu preço é bastante atrativo para o vendedor”, pontuou o secretário. André Bomfim também citou o exemplo da Unicapri – Cooperativa da Agricultura Familiar, que surgiu em Poço Verde, por iniciativa dos produtores atendidos pelo Dom Távora, que está ajudando tanto na comercialização quanto na compra coletiva de insumos.

Ovinocultura no município

De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, o município de Poço Verde possuía um rebanho de 10.521 cabeças de ovinos. Agora, em 2020, segundo dados do Sistema de Integração Agropecuária (SIAPEC) do Ministério da Agricultura, foi registrado no município um rebanho de 39.352 cabeças – uma diferença bastante expressiva em relação a dois a ou três anos atrás. O gestor local da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), Luiz Aberto, que também coordena a execução do Projeto Dom Távora na região, atribui esse crescimento ao apoio dado a 17 projetos comunitários de ovinocultura no município, atendendo um público de 800 beneficiários. “Foram adquiridos e distribuídos 4.607 ovinos através do Projeto Dom Távora. Nas áreas de assentamento, mesmo sendo administradas pelo INCRA, a Emdagro presta assessoria técnica na execução do projeto Dom Távora, referente aos processos, à orientação sobre manejo do rebanho ovino, como também à aquisição dos animais e implantações de reserva alimentar estratégica”, concluiu.

Fonte: Governo de Sergipe

 

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