Você sabe o que fazer e a quem recorrer em casos de violência sexual?

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“Quando sofri a tentativa de um estupro, eu não sabia o que fazer. Depois daquilo, criei medo e repulsa ao gesto do toque, ao afago”. Esse é o relato de uma mulher vítima de violência sexual. Hoje, aos 43 anos, essa mulher, que prefere ficar no anonimato, já sabe quais as medidas deveria ter tomado após esse crime.

Segundo os dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Segurança Pública (Ceacrim), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Aracaju (DEAM) foram registrados mais de 15 casos de estupro, apenas em 2018. A dúvida do que fazer após uma situação como essa é normal, mas nesse texto você vai saber o que deve ser feito e qual órgão deve procurar para denunciar esses abusos.

De acordo com a delegada Renata Aboim, a vítima deve procurar ajuda especializada, onde será acolhida e receberá as orientações de como proceder. “É essencial que a mulher violentada procure uma delegacia Especializada em Atendimento à Mulher ou, caso não tenha uma em sua cidade, busque o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) ou a Delegacia do município para fazer o registro de ocorrência. Feito o registro, a vítima será orientada a buscar o Instituto Médico Legal (IML), com uma cópia da identidade, a guia emitida na delegacia e o boletim de ocorrência; logo após, a vítima passará pelo acolhimento e em seguida será encaminhada a exames, que constatarão se houve conjunção carnal”, explicou.

A delegada ainda orienta que é importante não tomar banho antes da perícia no IML, para que seja mais fácil a identificação do autor através de vestígios genéticos que possam ter ficado no corpo da vítima. Em alguns casos, a mulher pode ser encaminhada à maternidade Nossa Senhora de Lourdes para que seja feita a coleta de material e exames que possam constatar uma possível gravidez ou vestígios de alguma doença venérea e, se necessário, fazer acompanhamento psicológico.

Vale lembrar que o Instituto Médico Legal funciona em período integral, a vítima pode  comparecer sem agendamento, e em até 24 horas após os casos de violência sexual, não há impossibilidade no atendimento e no resultado.

“O ideal é que a vítima compareça ao IML o mais rápido possível para que sejam feitos os exames e através destes, seja possível identificar vestígios de sêmen. Feito isso, se a mulher estiver em período fértil, será encaminhada para uma maternidade onde fará novos exames e tomará a pílula do dia seguinte e, um coquetel para prevenção de doenças venéreas”, explicou José Aparecido, diretor do Instituto Médico Legal.

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