Sergipe concorrerá a recursos do BNDES e do FIDA para agricultura familiar

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O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, participou nesta terça-feira ,18, em Brasília, do lançamento do edital do projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste, criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Fundo Internacional de Investimento Agrícola (Fida). O objetivo é capacitar 250 mil famílias em quatro estados nordestinos para a adoção de sistemas de produção agropecuária resilientes, conservação de recursos hídricos e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.

Segundo Fábio, Sergipe pretende ser um dos escolhidos para implementar ações em seu território. “Sei que esta será uma disputa entre estados amigos, apenas quatro serão selecionados neste primeiro momento. Mas eu queria que o menor estado do país, que é Sergipe – que mostra eficiência na gestão dos seus recursos e de seus convênios – possa ser lembrado na seleção deste edital e que a população que faz tão bom uso dos investimentos possa celebrar mais essa parceria”, destacou.

Como exemplo de iniciativa vitoriosa do Governo de Sergipe pela segurança alimentar e fortalecimento da agricultura familiar, o governador citou o programa Filé de Camarão na Alimentação Escolar, lançado este mês. A ação tem por finalidade promover uma alimentação escolar diversificada para mais de 20 mil estudantes de 42 unidades escolares da rede estadual que ofertam o ensino em tempo integral. “O camarão é um alimento típico de Sergipe e altamente nutritivo. A aquisição desse alimento serve de incentivo para a produção agrícola local e para o desenvolvimento dos municípios produtores do crustáceo”, comentou durante a reunião.

As propostas de Sergipe serão elaboradas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca (Seagri). O secretário da pasta, Zeca da Silva, participou do encontro, juntamente com os secretários da Casa Civil, Jorge Araújo, e da Fazenda, Sarah Andreozzi.

O lançamento aconteceu durante reunião do Consórcio Nordeste, com a participação de governadores de outros estados, como os de Alagoas, Paulo Dantas; Pernambuco, Raquel Lyra; Ceará, Elmano Freitas; e Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; além do presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, do presidente do FIDA, Álvaro Lario, e do secretário-Executivo do Consórcio Nordeste.

O projeto

O projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste conta com a parceria do Fundo Verde do Clima, da Organização das Nações Unidas (ONU), e vai destinar US$ 217,3 milhões, cerca de R$ 1 bilhão, para apoiar o desenvolvimento sustentável no semiárido nordestino.

O presidente do Fida, Álvaro Lario, disse que a área atendida será de 84 mil hectares. Das 250 mil famílias que serão selecionadas, 40% serão compostas por mulheres e 50% por jovens. Segundo o executivo, o impacto do projeto deve beneficiar diretamente um milhão de pessoas que vivem nas áreas rurais do Nordeste.

Sustentabilidade

Parte do projeto será financiado com recursos não reembolsáveis. A previsão é implementar 21 mil cisternas e 16 mil unidades de tratamentos e reúso de águas residuais domésticas, explicou Lario durante anúncio na sede do Consórcio Nordeste, em Brasília. As ações devem proporcionar a redução da emissão de 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2) na atmosfera.

“O projeto propõe uma mudança de paradigma. Transformar os sistemas produtivos dos agricultores, tornando-os capazes de aumentar a produção ao mesmo tempo em que melhoram a capacidade para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas em curso”, disse Lario.

“Esses sistemas irão incrementar e estabilizar a renda e a segurança alimentar das famílias apoiadas, além de ajudar as gerações a permanecerem nas áreas rurais”, completou.

De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a parceria é inédita e servirá de exemplo para a transformação de sistemas produtivos em outros lugares do mundo. “O que estamos fazendo aqui é construir bases para proteger a Terra com a sustentabilidade e proteger os mais pobres do agravamento da crise climática que se avizinha”, afirmou.

Seleção de propostas

Segundo Mercadante, o edital aberto no site do BNDES vai receber propostas de todo o Nordeste, mas, neste primeiro momento, serão selecionadas as iniciativas de apenas quatro estados. No entanto, o presidente do BNDES espera que o programa seja ampliado para os demais em breve.

Mercadante explicou que a região foi mapeada digitalmente com base em indicadores de pobreza, disponibilidade de recursos hídricos, níveis de desnutrição e insegurança alimentar e recorrência de estiagens e estresse hídrico.

“Cada governador vai entrar ali como se faz com o Enem. Ele vê a nota final, escolhe seu território e, a partir dos indicadores, verifica onde o desafio é maior”, apontou.

“É um projeto pioneiro internacional que vai mostrar como a população mais pobre do campo pode se preparar para extremos climáticos, ter melhores práticas, sequestrar carbono, gerar renda, preservar e ter acesso a recursos hídricos, aumentar a produtividade agrícola, ter energia sustentável e limpa. Vai ser muito impactante”, acrescentou Mercadante.

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