Jackson Barreto e sua capacidade de reverter previsões negativas

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Reprodução / Redes Sociais

A política sempre produziu líderes capazes de uma comunicação tão eficiente, que acabam construindo uma relação de amor e fidelidade com o eleitorado. Um dos maiores líderes populares da nossa política foi, sem dúvidas, Jackson Barreto. De carreira controversa, Jackson inaugurou uma nova etapa na política de Sergipe.

Ele fez uma ascensão meteórica. Foi eleito vereador em 1972, deputado estadual em 1974 e seis anos após entrar na vida pública, em 1978, foi eleito como deputado federal e reeleito em 1982. Já no ano de 1985, Jackson venceu para prefeito de Aracaju, mas, na época, foi cassado por um episódio ainda dúbio na história política de Sergipe, sendo acusado de fraude em licitações. Por conta disso, teve intervenção aprovada numa votação emblemática na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), que resultou na perda do mandato. Fim do carteiro na política?

Em 1988, Jackson voltou ‘nos braços do povo’ e cravou a marca, até hoje não superada, de vereador mais votado de Aracaju e provou que não foi derrotado politicamente. JB ajudou a eleição de vários desconhecidos na calda de sua votação. Em 1992 retornou a prefeitura de Aracaju, em 1994 deixou a prefeitura e perdeu para governador de Sergipe, numa eleição que resguarda mitos no processo de apuração.

Sem mandato, muitos duvidavam de sua força política. JB, sempre hábil, se aliou ao seu algoz, o ex-governador Valadares, que havia comandado sua cassação e fez de João Augusto Gama prefeito de Aracaju em 1996, lutando contra a máquina estadual, que tinha preferência por Maria do Carmo, a máquina da prefeitura, que tinha opção por Garibalde, e contra um PT em ascensão com Ismael Silva.

Em 1998, JB deu um passe errado, aliou-se a Albano Franco, tentou o Senado e perdeu para Maria do Carmo. Mais uma vez, as avaliações da época apontavam um Jackson derrotado e fora do páreo. Mas no pleito de 2002, JB estava lá eleito a deputado federal e novamente reeleito em 2006.

Com ‘olhos de águia’, mirou a ser vice-governador de Marcelo Déda em 2010, sabendo que o petista estava indo à reeleição e, como vice, ele seria o sucessor natural. A morte de Déda antecipa os fatos, JB assume e, mesmo com um Sergipe já em crise, consegue se reeleger. As dificuldades só aumentaram, seu governo foi problemático e, em meio a todo quadro negativo, diziam, em 2016, que ele não poderia ir às ruas pedir votos para Edvaldo. Ele põe a máquina na rua e ajuda Edvaldo a reverter a iminente derrota para Valadares Filho.

Em 2018, com um governo em frangalhos, dificuldades financeiras e tudo mais um pouco, JB fez um gesto que poucos fariam. Para fazer seu sucessor, o atual governador Belivaldo Chagas, ele aceitou que a campanha utilizasse um discurso de crítica a sua gestão. Afinal, se tem alguém que “chega para resolver” é porque o antecessor não fez seu papel. Lhe custou mais uma derrota para o Senado.

Chega em 2022, 50 anos após sua primeira eleição e estando aos 77 anos, JB novamente está aí, colocando seu nome à disposição. No primeiro momento para a Câmara Federal, agora para o Senado. Mais uma vez, as avaliações são de que ele já está desgastado e não conseguirá êxito e que pela idade deverá ser seu último pleito. Após relembrar toda essa história, você arrisca algum palpite?

Por Narcizo Machado

Colaboração de Gabriel Jesus

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